Preços das casas voltaram a desacelerar para 8,7% entre janeiro e março de 2023. Compra de casa por estrangeiros ganha maior peso.
Casas vendidas novas e usadas: como evoluíram os preços?
A venda de casas caiu entre janeiro e fevereiro de 2023, pelo terceiro trimestre consecutivo, tendo-se evidenciado uma “amplitude crescente” desta descida de trimestre em trimestre. Neste período, foram vendidas menos casas novas e usadas e a subida dos preços também abrandou:
 
Casas usadas: foram vendidas 27.523 unidades (79,8% do total), um valor inferior em 23,4% face ao registo do mesmo período de 2022. Aqui os preços desaceleraram passando para 9,7% (no trimestre anterior a evolução foi de 12,7%);
Casas novas: foram transacionadas 6.970 respeitaram a habitações novas, traduzindo-se numa redução de 8,3% relativamente ao primeiro trimestre de 2022. O preço das casas novas subiu 5,7% no primeiro trimestre, um valor 1,4 p.p. inferior à variação registada no período anterior.
Claro está que também o capital movimentado por estas transações decresceu neste trimestre. As casas usadas vendidas movimentaram 5,0 mil milhões de euros, menos 18,2% face ao período homólogo. E as casas novas movimentaram 1,9 mil milhões de euros, um valor 5,7% inferior ao registado um ano antes, aponta ainda o documento.
 
Comprar casa em Portugal
 
Quem é que compra mais casas em Portugal?
Uma vez mais, foram as famílias que protagonizaram a compra de casas no nosso país no arranque de 2023, representando 84,9% do total (29.280 habitações). Mas, ainda assim, compraram menos 22,6% do que no mesmo período de 2022 e menos 10,9% face ao trimestre anterior. O valor das habitações vendidas a famílias somou 5,8 mil milhões de euros (83,9% do total), menos 17,3% em termos homólogos.
 
E de onde vêm os compradores destas casas? Nos primeiros três meses de 2023, as aquisições de casas foram protagonizadas por compradores, sobretudo, residentes em território nacional:
 
Compradores com domicílio fiscal no território nacional: diminuíram 21,9% em termos homólogos, para um total de 32.001 unidades (92,8% do total, o peso relativo mais baixo da série iniciada no primeiro trimestre de 2019);
Compradores com domicílio fiscal na União Europeia: registou um total de 1.269 transações, menos 11,6% do que no ano passado;
Compradores com domicílio fiscal Restantes Países: aumentou o número de transações em 9,1%, para 1.223 unidades.
Isto quer dizer que, embora os compradores residentes em Portugal continuem a ter maior expressão, a atividade dos compradores estrangeiros está a ganhar peso no total.
 
Onde é que são vendidas mais casas em Portugal?
A venda de casas no arranque de 2023 não se distribui de forma homogénea entre as diferentes regiões do país. Há regiões que atraem mais as famílias e investidores a adquirir habitação nomeadamente a região Norte que até superou mesmo o número de casas vendidas na Grande Lisboa , tal como mostram os dados o INE:
 
Área Metropolitana de Lisboa: aqui foram transacionadas 9.761 casas, representando 28,3% do total das transações. Este “constitui o número mais baixo de vendas nesta região desde o quarto trimestre de 2016”, diz o INE. No que diz respeito ao investimento foram alocados um total de 2,8 mil milhões de euros (cerca de 40,6% do total);
Norte: registaram-se 9.924 transações, correspondendo a 28,8% do total. A compra de casas na região Norte do país movimentou 1,6 mil milhões de euros (23,5%). Dentro desta região está a Área Metropolitana do Porto, onde foram vendidas 5.343 casas por cerca de mil milhões de euros;
Centro: contabilizou 7.654 transações, 22,2% do total. Estes negócios movimentaram cerca de 938 milhões de euros (13,7% do total);
Algarve: aqui foram vendidas 3.080 casas no início de 2023, representando 8,9% do total. Estas transações somaram cerca de 947 milhões de euros (13,8%);
Alentejo: nesta região foram compradas 2.577 casas (cerca de 8,9% do total), captando cerca de 295 milhões de euros (4,4%);
Região Autónoma da Madeira: aqui totalizaram-se 898 transações (2,6% do total). Foram alocados à região madeirense cerca de 195 milhões de euros no início de 2023 (2,8%);
Região Autónoma dos Açores: transacionaram-se apenas 599 habitações, o que correspondeu a uma quota regional de 1,7%. Em resultado, foram investidos 87 milhões de euros em habitação (1,3% do total).
 
 
Por: Idealista