Rolanda Jesus é professora primária de formação, mas foi na Proteção Civil que encontrou em 2009 uma oportunidade profissional e uma nova vocação.

Durante o incêndio florestal que assolou os concelhos algarvios de Monchique e Portimão nos últimos dois dias, Rolanda, de 34 anos, tem sido um dos elementos permanentes do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Faro no terreno.

“Trabalhar na área da Proteção Civil, além de ser motivante a nível pessoal, é descobrirmos todos os dias um pouco sobre o que nos rodeia, desde os riscos que temos à nossa volta ao saber lidar com esses riscos. É o ajudar o próximo”, contou à Lusa.

Começou como bombeira no Corpo de Bombeiros de Faro Cruz Lusa e passou depois a fazer reforço no CDOS durante a época de combate a incêndios florestais, onde acabou por ter oportunidade de ficar de forma permanente.

O grande incêndio de Catraia, que assolou os concelhos de Tavira e São Brás de Alportel em 2012, foi para Rolanda Jesus “um momento marcante”.

“Além de toda a complexidade da operação, o número de meios envolvidos, a área e a dimensão, [foi complicado] lidar tão de perto com o pânico das pessoas e a situação que se viveu, porque foi muito complicado para aquelas populações”, recordou.

No teatro de operações, é a presença feminina durante as reuniões de coordenação, uma situação que encara com normalidade.

“Pelo facto de ser mulher e jovem nunca senti qualquer discriminação. Sei que poderia ser comum, uma vez que este meio dos bombeiros é mais um meio de homens, embora já comecem a existir mais mulheres”, observou.

A trabalhar na área do ordenamento do território, do planeamento de emergência, planos municipais e distritais de proteção civil, na formação de bombeiros e fazendo ligação entre a Proteção Civil e a comunicação social, Rolanda Jesus mostra-se rendida a esta área profissional.

“Passei a gostar de uma área que eu desconhecia. Espero dar o meu melhor todos os dias e continuar nesta área”, concluiu.

 

Por: Lusa