Foram, ontem, conhecidos os pedidos de demissão dos diretores dos serviços de medicina interna do Centro Hospitalar Universitário do Algarve.

A par disso, em consonância com as cartas de demissão apresentadas, o Sindicato Independente dos Médicos teceu duras críticas aos responsáveis do CHUA, afirmando que na origem das demissões estava a exigência para que as altas médicas dos doentes internados fossem dadas de forma mais expedita, de modo a combater a sobrelotação dos serviços.

Ora, tal acusação é da maior gravidade: por um lado, porque, a ser verdade, é uma imposição para que os doentes sejam pior tratados, com menos dignidade e para saírem dos hospitais mesmo que não estejam convenientes recuperados, o que, obviamente, pode por em causa a recuperação e até colocá-los em risco de vida; por outro, porque essa exigência foi alegadamente feita – segundo uma das cartas de demissão – para se aplicar aos doentes mais idosos, o que se afiguraria de uma crueldade intolerável e violaria princípios de igualdade e humanismo a que a nossa sociedade jamais se pode desvincular. Impõe-se que tal seja averiguado.

Este episódio não é, como se tem feito crer, fruto de casos pontuais. É, neste momento, a regra. A oferta assistencial de consultas e urgência reduziu-se muito no último ano e os serviços de internamento encontram-se sobrelotados. A título de exemplo,  em  2015 registava-se uma média de cinco  internados por dia nos serviços de urgência, em 2016 sete, e em 2017 o número ascendeu a 25 pessoas, razão pela qual já se vê, coisa que não acontecia desde 2012, doentes internados em condições indignas em macas nos corredores.

É evidente que as estruturas hospitalares do Algarve estão constantemente sobrelotadas. O aumento de população, o crescimento do turismo e o envelhecimento só agudizarão esta situação.

Ora, tal só se resolve com a construção de um novo hospital central, coisa que o Governo adiou.

Esta decisão terá sido suportada por um estudo onde o hospital no Algarve figurava como segunda prioridade,  decidiu este Governo construir quatro hospitais, tendo sido o Algarve preterido.

O PSD Algarve persistirá na defesa desse objetivo central. Até lá, espera que o Governo reforce o número de médicos e enfermeiros, que assegure que se preenchem vagas em várias especialidades, que resolva a degradação do funcionamento dos serviços de urgência básica e reduza os tempos de espera que aumentaram nos últimos dois anos. Muito pouco tem sido feito. A saúde está mais longe dos algarvios.

 

A Comissão Politica Distrital do PSD/Algarve