O grupo de trabalho responsável por propor ao ministro da Saúde a desconcentração de funções da sua tutela para o Algarve adiou a entrega do relatório até final de julho, disse um dos seus integrantes.

A agência Lusa falou com o presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve e Paulo Morgado revelou que a coordenação do grupo de trabalho pediu ao ministro da Saúde para adiar a entrega do relatório final, inicialmente prevista para domingo, e que o governante concordou, devendo agora as conclusões finais ser levadas à tutela “até final de julho”.

Questionado sobre se tinha ficado estabelecida alguma data concreta para apresentação do relatório, Paulo Morgado respondeu que “não”, mas afirmou que “será até final de julho”.

O presidente da ARS qualificou como “inovador em termos nacionais” o trabalho que se está a desenvolver para, “na sequência do que foi decidido em relação ao INFARMED [Autoridade Nacional do Medicamento], com a mudança para o Porto”, procurar que “as instituições sediadas em Lisboa e na capital deem um passo no sentido de desconcentrar algumas das suas funções para outras cidades do país” e, neste caso, para o Algarve.

“Achamos que é da maior relevância este aspeto para questões que têm a ver com o desenvolvimento e atratividade da região”, considerou o dirigente da ARS do Algarve, salientando que participam também no grupo de trabalho “um conjunto de instituições nacionais”, como o Instituto Ricardo Jorge, o INFARMED, o Instituto Português do Sangue e da Transplantação, o Algarve Biomedical Centre (Centro de Biomedicina do Algarve) ou a Câmara de Loulé.

Paulo Morgado explicou que o Ministério da Saúde criou o grupo de trabalho para estudar medidas “no sentido da desconcentração de algumas das funções que são neste momento efetuadas em Lisboa e que possam passar ser feitas na região do Algarve”.

“Isto é inovador, é uma ‘pedrada no charco’, e é muito importante que o ministério tenha dado este passo, no sentido de as instituições poderem apresentar propostas - e é isso que estão a fazer no grupo de trabalho - para criarem serviços localizados aqui no Algarve”, considerou.

O presidente da ARS defendeu ainda que, com a criação do grupo de trabalho, a tutela está a dar “um sinal muito importante de que o país não é só Lisboa e que muitas das coisas que são atualmente feitas em Lisboa podem ser feitas noutros pontos de Portugal, com benefício para todos os portugueses”.

Sem querer adiantar-se às conclusões que vão ser apresentadas ao ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, o presidente da ARS adiantou que uma das áreas abrangidas pode ser a investigação e que um dos principais objetivos é ajudar a “fixar quadros qualificados na região”.

 

Por: Lusa