Ontem, dia 1 de Agosto, o Hospital de Faro esteve sem consulta de urgência da especialidade de oncologia. Todavia, não se trata de um episódio incomum.

Pelo contrário, ao longo dos últimos meses têm sido apresentadas queixas as quais sublinham a inusitada frequência com que, sem aviso prévio, esse serviço se encontra encerrado. Inclusive esta semana, segundo foi possível apurar, não é a primeira vez que sucede.

É muito cruel para os doentes e seus familiares e motiva compreensível revolta. Estes doentes são dos mais vulneráveis, travam uma árdua batalha física e psicológica, um processo que é uma provação duríssima mesmo quando se libertam desse mal.

A nós, ao Estado, exige-se que não lhes falhemos tão flagrantemente. Que não os obriguemos a estar sem observação ou, na melhor das hipóteses, prostrados na urgência comum, em desespero, horas a fio, e na iminência, face à sua débil condição, de contrair uma infeção generalizada. Não o merecem. Estão em radio ou quimioterapia, devem beneficiar de cuidado e de conforto, também de atenção, de humanidade.

Há muitos exemplos das insuficiências do Algarve na saúde. Todos os dias os cidadãos se confrontam com elas. Em 2017, as queixas de utentes cresceram 104%, facto que é um grito de desespero e dor de doentes que sentem que o seu direito à saúde lhes está a ser coarctado.

Tenho procurado sensibilizar o Ministro da Saúde para atender a estas reclamações e colocar o Algarve como a sua prioridade nacional na saúde.

Dar-lhe-ei conta, em forma de requerimento, de mais esta perda, na esperança que se empenhe em debelar estas privações a que estes cidadãos não podem estar sujeitos.

 

Por: Cristóvão Norte