A criação de rádios escolares, a renovação de espaços de lazer e a aquisição de «tablets» e portáteis integram as propostas hoje apresentadas por alunos de Faro, na sessão que marcou o arranque nacional do Orçamento Participativo das Escolas.

Ao todo, foram apresentados nove projetos, numa espécie de mini-assembleia conduzida pelo ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, sete de alunos do secundário e dois de alunos do terceiro ciclo do agrupamento de Escolas Tomás Cabreira.

Num tom divertido e de proximidade aos alunos, o governante interagiu não só com os que apresentaram os projetos - e que dispunham de três minutos para falar - como com a plateia, chamando por vezes alguns ao palco.

Na sessão, que decorreu na Escola Secundária Tomás Cabreira e durou cerca de hora e meia, falou-se também de abstenção e da importância de votar, da necessidade para orçamentar e até de ténis de mesa, já que dois dos projetos propõem uma nova mesa de ping-pong para a escola.

À margem da apresentação, Tiago Brandão Rodrigues disse aos jornalistas que é muitas vezes da comunidade escolar que partem exemplos que "contaminam positivamente" as comunidades locais, em casos como a reciclagem, a ecologia, a democracia ou em questões relacionadas com os refugiados.

"Eles [os alunos] aqui hoje foram claramente políticos, de corpo inteiro, e obviamente que sentiram também a importância e a bonomia de fazer política nas nossas vidas", referiu o ministro, acrescentando ter sentido que os alunos "estão atentos".

Para Tiago Brandão Rodrigues, este e os Orçamento Participativos de Portugal, incluindo aquele destinado aos jovens, existem no país "instrumentos verdadeiramente valiosos" para "educar, por um lado, para as questões da democracia, e para que depois os cidadãos possam eles próprios decidir de plena consciência e apresentar as suas propostas".

O Orçamento Participativo das Escolas para 2019 dispõe de um montante de 1 milhão de euros, distribuído pelas escolas consoante o número de alunos, sendo atribuído um euro por cada aluno.

A iniciativa abrange mais de meio milhão de alunos do 3.º ciclo e/ou do ensino secundário, sendo 500 euros o valor mínimo para cada escola.

O objetivo é promover a participação cívica dos alunos e a tomada de decisão, fomentando a melhor compreensão do funcionamento das instituições democráticas e dos sistemas de votação, assim como promover o debate e a literacia financeira.

As propostas vencedoras serão conhecidas no dia 24 de março, Dia Nacional do Estudante.

 

Por: Lusa