Instituições financeiras admitem ter adotado critérios «ligeiramente mais restritivos no crédito habitação«, indica BdP.

No último trimestre de 2022, os bancos admitem ter adotado critérios “ligeiramente mais restritivos no crédito habitação”, além de um “ligeiro aumento do spread em empréstimos de maior risco”. Em causa estão dados do Inquérito aos Bancos sobre o Mercado de Crédito, coordenado pelo Banco de Portugal (BdP).

Relativamente à concessão de crédito, as instituições financeiras admitem critérios “ligeiramente mais restritivos nos empréstimos concedidos a PME, tanto de curto como de longo prazo; nos particulares, ligeiramente mais restritivos no crédito habitação e sem alterações no crédito ao consumo e outros fins”, pode ler-se no relatório.

Segundo o documento, a “perceção de riscos associados à situação e perspetivas económicas gerais contribuíram para critérios de concessão de crédito mais restritivos para empresas e particulares para aquisição de habitação. Nas empresas, a perceção de riscos associados à situação e perspetivas de empresas ou setores de atividade específicos contribuiu também no mesmo sentido”.

No que diz respeito aos termos e condições do crédito, o BdP indica, nas empresas, um “ligeiro aumento do spread em empréstimos de maior risco e condições contratuais não pecuniárias ligeiramente mais restritivas. Nas PME acrescem ainda condições ligeiramente mais restritivas nas garantias exigidas, montante e maturidade dos empréstimos”. O mesmo se verifica no crédito a particulares, nomeadamente um “ligeiro aumento do spread em empréstimos de maior risco, no segmento da habitação, e em empréstimos de risco médio e de maior risco, no segmento do consumo”.

Para 2023, os bancos antecipam “uma diminuição da procura, particularmente acentuada no segmento da habitação”. Para isso contirbui a "confiança dos consumidores e o nível geral das taxas de juro e, em menor grau, as perspetivas para o mercado da habitação".

Por: Idealista