Por: João Carlos Santos, Presidente do PSD Quarteira

É do conhecimento amplo dos Quarteirenses, a importância que o Casino Antigo ou Sociedade Recreativa desempenhou nesta localidade durante os seus longos anos de atividade. 

Face à dimensão de Quarteira em 1923 (data da inauguração), a existência de um espaço amplo com condições para receber atividades diversas de conteúdo recreativo e cultural, fazem do Casino (sazonal), um verdadeiro “facho de cultura” numa terra acostumada somente às realidades laborais da pesca, agricultura e transformação de pescado.

Podemos apontar uma outra função ainda mais relevante, a sua enorme contribuição para a difusão de novidades culturais como é evidência, a vinda de bandas de jazz e outros de Lisboa até à Praia de Quarteira. Inclusive novidades tecnológicas tal como nos dá notícia o Jornal Correio do Sul, na sua edição de 21 de agosto de 1927, com a chegada ao Casino de um inovador “equipamento de T.S.F”. Na época este era o Centro Cultural de Quarteira, até à concretização da “Esplanada Oceano”, sob a égide da Junta de Turismo de Quarteira.

Muito mais se poderia falar sobre este verdadeiro Património Cultural edificado da nossa freguesia, contudo o recente repto avançado pela Câmara Municipal de Loulé: “Antigo Casino de Quarteira: como o vamos utilizar?”, levou a uma reação por parte das estruturas políticas do Partido Social Democrata de Loulé e Quarteira, em apresentar uma proposta para o dito espaço.

Nessa mesma sessão tive a oportunidade de apresentar aos presentes essas mesmas ideias, impressas na proposta que ajudei a concretizar, uma vez que se encontrava enquadrada na minha área de estudos académicos, também pelo facto de ao longo dos anos ter desenvolvido estudos e diversas iniciativas sobre o imóvel.

Recordo uma coletânea de panfletos patrocinada pela Junta de Freguesia de Quarteira, a quando da gestão do Presidente José Coelho Mendes, denominada “Memórias” (2010) em que o primeiro panfleto era dedicado ao antigo Casino. O que levou muitos populares a colecionar os panfletos desta coletânea, a qual não consegui terminar. Em 2012, perante a convenção que a bibliografia oficial ditava como sendo a data de inauguração do Casino, setembro de 1931, descobri a verdadeira data de inauguração a 19 de julho de 1923, a qual ficou registada no livro da minha autoria “Quarteira - Um Pequeno Centro Cosmopolita (séculos XIX e XX)”, e diversos artigos enviados para a comunicação social.

Recentemente, em aula de rua para o módulo de História Local da Universidade Sénior de Quarteira, também visitámos este edifício icónico e com grupos de jovens alunos da Escola Secundária Dra. Laura Ayres, percorri as ruas do Centro Histórico e claramente que as atenções recaiam sobre este imóvel.

Após a sessão no Centro Autárquico disseram-me que só por si, as investigações sobre estas temáticas, faziam de mim um cidadão por mérito próprio de Quarteira, respondendo que quanto a isso não possuía grandes certezas, simplesmente que acredita nesta forma de cidadania e que a defesa desta proposta da Casa das Artes de Quarteira, é Servir Quarteira.