A gestão da água é antiga e sinónimo de civilização. Romanos e Árabes foram mestres no uso integrado dos recursos hídricos, levando em linha de conta o regímen pluviométrico, a água subterrânea, a água superficial e as águas residuais.
A origem da água (doce) está, como sabemos, na precipitação atmosférica, que para a cidade de Faro é, em média, de 500 mm por ano.
Uma parte é absorvida pela vegetação e outra é armazenada no solo, o qual, quando atinge a saturação, verte a restante para a rocha subjacente e para os cursos de água circundantes.
Os recursos hídricos disponíveis no Algarve (tabela) são vários. Estima-se que o potencial anual dos aquíferos subterrâneos ronde os 200 milhões de m3; dos recursos hídricos superficiais (barragens) 180 milhões de m3; e que as águas residuais tratadas cheguem aos 50 milhões de m3.
O consumo hídrico no Algarve deve-se principalmente ao regadio e ao urbanismo (tabela).
O regadio (pomares, campos de golfe e outras zonas verdes) consome o equivalente a 1 m de altura de água por ano, ou seja 10 000 m3 por hectare, que corresponde a 220 milhões de m3 por ano em todo o Algarve. Estamos a falar, portanto, de um consumo superior a 70% do total.
Por habitante equivalente a necessidade de água aproxima-se dos 200 litros diários, mas cada turista necessita do dobro. Considerando a população residente em 500 000 habitantes, as suas necessidades hídricas aproximam-se dos 40 milhões de m3. Para a população flutuante (turismo), mais gastadora de água, mas que permanece principalmente no Verão, estima-se um consumo equivalente.
No Algarve, a partir da década de 70, o consumo de água aumentou drasticamente e estima-se que o consumo tenha aumentado, pelo menos, dez vezes desde então… Esta tendência deveu-se ao incremento das áreas regadas (pomares e campos de golfe), bem como a mais população sazonal. O consumo da população residente também aumentou, pela disponibilização cada vez mais ampla de água canalizada e pela melhoria da qualidade de vida, em geral…
