Em 2022, o Estado arrecadou 144,08 milhões de euros com receitas de AIMI, o menor valor de que há registo desde 2017.
Comprar casas e outros imóveis de luxo não é para todos os bolsos. Além de apresentarem preços elevados, as famílias têm de pagar mais impostos, como é o caso do Adicional do Imposto Municipal sobre Imóveis (AIMI). Este imposto é aplicado a quem tenha comprado imóveis acima de um milhão de euros, abrangendo casas, terrenos para construção e heranças indivisas. E a verdade é que 84.396 proprietários foram chamados a pagar AIMI em 2022, o maior número de que há registo desde que o imposto começou a ser aplicado, em 2017. Já a receita encaixada pelas Finanças é a menor de sempre.
 
Os dados da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) revelam também que 551.291 prédios foram abrangidos pelo AIMI em 2022, menos 0,56% face ao ano anterior. Por outro lado, o valor patrimonial tributário (VPT) aumentou 0,15% num ano para 31.357 milhões de euros, embora a receita tenha sido praticamente a mesma (-0,03%).
 
 
Nº de Sujeitos Passivos
Nº Prédios
Imposto (milhões de euros)
2018
73 623
560 454
148,05
2019
76 445
556 093
147,36
2020
79 302
550 356
148,06
2021
81 487
554 423
144,12
2022
84 396
551 291
144,08
 

 

Além disso, os mesmos dados das Finanças indicam que a maioria dos proprietários que pagaram este imposto em 2022 - à semelhança dos anos anteriores - foram pessoas coletivas (empresas), representando 83% do total. E o valor patrimonial dos prédios detidos por empresas aumentou ligeiramente para 27.664 milhões de euros, tendo pago de AIMI 113,26 milhões de euros (+0,06% face ao ano anterior).
 
Contabilizaram-se ainda 13.992 proprietários particulares que tiveram de pagar AIMI em 2022 (mais 168 do que no ano anterior). E o valor patrimonial dos seus imóveis foi inferior a 3.400 milhões de euros (-0,16% face ao ano passado). A receita encaixada deste imposto foi de 30,82 milhões de euros (-0,33%).
 
Contas feitas, em 2022 o Estado arrecadou 144,08 milhões de euros com receitas de AIMI que vão parar aos cofres da Segurança Social. Mas este foi o menor valor registado desde a data da criação deste imposto em 2017 (quando, aliás, foi cobrado o valor mais alto de que há registo de 154 milhões de euros). De lá para cá, foram pagos cerca de 886 milhões de euros em AIMI em Portugal.
 
Por: Idealista