António Jorge Costa, presidente do IPDT considera que “os resultados globais desta edição do Barómetro são positivos e reforçam a dinâmica do setor, permitindo-nos encarar o futuro com confiança, apesar dos constrangimentos e obstáculos com que o turismo se vai deparar ao longo deste ano”.
Apesar deste ambiente de otimismo moderado, o nível de confiança médio no desempenho do turismo atingiu, em dezembro de 2022, os 80,9 pontos no Barómetro, o que corresponde a um ligeiro decréscimo face aos 82,4 registados em setembro do ano passado.
Para alguns membros do painel, Portugal continua a ser um destino com elevado apelo, e a conjuntura geopolítica tende em favorecer a procura para esta zona da Europa, em detrimento das regiões a Leste. No entanto, mantem-se algumas dúvidas relacionadas com o contexto económico internacional e o possível impacto da inflação sobre a procura.
No que se refere à evolução de indicadores turísticos para os próximos meses, e comparando com o período homólogo do ano anterior, a previsão da 68ª edição do Barómetro do IPDT é que a atividade do turismo, a procura a nível externo e o investimento privado deverão aumentar nos próximos meses, enquanto se poderá assistir-se a uma diminuição da procura por parte do mercado interno.
As preocupações dos membros do painel passam pela carga fiscal, o investimento público, o endividamento das empresas, o número de pessoas empregadas no setor e a rentabilidade das empresas.
Por outro lado, 34% dos inquiridos aponta que as empresas e destinos podem contar com alguns desafios em 2023, sobretudo no plano económico, com a inflação e o aumento dos custos energéticos e das taxas de juro, enquanto na opinião de 36% dos membros do painel que responderam, a boa imagem de o destino Portugal goza atualmente: um destino seguro, sustentável, com qualidade e value for money, são as grandes oportunidades.
O IPDT convidou os membros do Batómetro a dar o seu contributo para o desenvolvimento de uma agenda turística para 2023, em cinco áreas distintas. Assim, no plano ambiental, as preocupações prendem-se com o reforço da aposta em energias alternativas (16%), no económico, o reforço do combate à inflação e à subida das taxas de juro são prioridade para 31% dos inquiridos, enquanto na vertente cultural, 16% defende a aposta na diversidade cultural do país, respeitando a identidade local dos territórios.
No que se refere ainda à agenda turística para este ano, no plano social, as grandes metas devem ser o reforço da responsabilidade, estabilidade, colaboração, justiça e combate à exclusão (22%) e cerca de 35% dos membros que responderam, referem a estabilidade, igualdade, qualidade e credibilidade política como grandes objetivos a nível político.
No âmbito das tendências, salientam-se a escolha de destinos seguros, e de maior proximidade (17%), o bleisure (14%), e o regresso aos city-breaks (13%), como os principais comportamentos que vão marcar o ano de 2023.
Por: Publituris