POESIA por Isidoro Cavaco | isidorocavaco@gmail.com

Por sentir que os meus fracassos

São retalhos e pedaços

Do teu desprezo e desdém.

Odeio-te, muito embora,

Pense em ti, a toda a hora,

E não ame mais ninguém.

 

E neste meu desespero,

Vivo um amor, que não quero

E que desejo esquecer,

Chama, que tento apagar,

Mas sinto-a continuar,

Teimosamente, a viver.

 

Na poeira dos teus passos,

Eu vivo meus sonhos falsos,

Num desespero cruel.

É tormento, que não passa,

Porque mo serves em taça

De amarguras e de fel.

 

Mas, porque te quero tanto,

No carpir deste meu pranto,

Verto lágrimas reais.

É por ti, que choro e rezo,

Não aceito o teu desprezo

E, cada vez, te amo mais.