«Um ato de justiça!». Foi assim que o presidente da Câmara Municipal de Loulé, Vítor Aleixo, se referiu à cerimónia de descerramento das placas toponímicas em duas artérias da cidade com os nomes de Luís Guerreiro e Joaquim Guerreiro, no âmbito do Dia do Município de Loulé.

Na Urbanização da Boa Entrada, em Loulé, ficará perpetuada a memória de duas figuras ligadas à vida autárquica e cultural do Concelho, que em muito contribuíram para o seu desenvolvimento. “A Autarquia decidiu atribuir a estas ruas o nome de dois homens bons, dois homens que ainda há pouco tempo saíram do nosso convívio mas que nos deixaram muitas saudades”, considerou o responsável da Autarquia de Loulé, Vítor Aleixo.

Luís Guerreiro, investigador da História local e regional, era “ um homem generoso, de uma inteligência prática, de um sentimento de partilha dos bons momentos de convívio com os amigos, que cultivava nas suas conversas a memória, os bons momentos”, considerou o edil.

Relativamente ao antigo vereador da Autarquia, Joaquim Guerreiro, o autarca sublinhou o pioneirismo no lançamento de eventos que são hoje uma referência. “A ele devem-se algumas das criações na área da Cultura e do entretenimento mais emblemáticas do Concelho de Loulé. Foram, de facto, iniciativas que trouxeram uma diferenciação muito positiva relativamente àquilo que era comum fazer-se. Refiro-me concretamente ao Festival MED e à Noite Branca que, acredito, continuarão a ser os acontecimentos festivos desta nova raiz mais contemporânea com mais potencial para se manterem. Estas criações devem-se ao espírito voluntarista e empreendedor do Joaquim Guerreiro”, considerou ainda Vítor Aleixo.

“Esta homenagem é justa, merecida e ainda bem que é feita hoje, no Dia do Município. A Câmara sente que cumpriu uma obrigação que tinha para com estes dois homens”, considerou ainda o responsável municipal.

Luís Manuel Mendes Guerreiro nasceu a 4 de setembro de 1960, em Querença. Licenciado em Engenharia Civil pelo Instituto Superior Técnico, na década de 80 ingressou no sector de Saneamento Básico da Câmara Municipal de Loulé mas cedo os seus interesses e a sua atividade no Município direcionaram-se para as áreas ligadas à Cultura, Turismo ou Comunicação.

Foi responsável pelo Gabinete de Turismo e Desenvolvimento Rural, entre e janeiro de 1990 e março de 1991, altura em que foi nomeado Adjunto do então Presidente da Câmara Municipal de Loulé, Joaquim Vairinhos. No exercício destas funções, coordenou, por delegação do Presidente, uma vasta atividade no domínio da Cultura, nomeadamente a política editorial do Município, coordenação da Agenda Cultural, realização de exposições, apoio às associações concelhias, geminações e outras iniciativas culturais.

Enquanto dirigente desta Autarquia, foi ainda Chefe do Gabinete de Apoio ao Presidente (1997/99), Coordenador do Gabinete de Imprensa (1994 a 2002), Chefe de Divisão de Turismo, Desenvolvimento e Animação (1999/2004), Chefe de Divisão de Cultura (2004/2013) e Coordenador do Gabinete de Eventos, Comunicação e Imagem (2013 até ao presente).

Desempenhou ainda diversas atividades em associações socioculturais: integrou a Comissão Instaladora da Fundação António Aleixo, foi Cooperador e Presidente da Assembleia Geral da CEUPA – Cooperativa de Ensino Universitário do Algarve, membro da direção do Círculo Teixeira Gomes e Coordenador Técnico da Candidatura de Sagres a Património da Humanidade. Foi igualmente diretor, responsável editorial e colaborador assíduo do Jornal “A Voz de Loulé”. Foi, até ao presente, Presidente da Fundação Manuel Viegas Guerreiro, em Querença.

Investigador da História regional e local, participou em diversos encontros e congressos e publicou inúmeros trabalhos, com destaque para “Bibliografia do Concelho de Loulé” (em coautoria com João Sabóia), “Loulé no ano da Revolução” (XX Aniversário do 25 de Abril) ou “Duarte Pacheco – O Edificador”. Possuía um dos maiores acervos documentais privados sobre o Algarve.

O seu desaparecimento foi uma grande perda para a Cultura algarvia pelo importante trabalho de investigação que desenvolveu, ao longo de anos, e que contribui para um melhor conhecimento da sua História.

Joaquim José Ramos Guerreiro nasceu a 15 de dezembro de 1967, em Loulé. Licenciou-se em Gestão de Marketing e Publicidade, pelo INUAF – Instituto Superior Dom Afonso III.

Foi deputado municipal durante 8 anos. Foi quadro do Ministério da Economia. Foi Coordenador Associativo na Delegação Regional do Instituto da Juventude – Faro. Lecionou a disciplina de Trabalhos Oficinais na Escola Engº Duarte Pacheco, no início dos anos 90. Foi durante muitos anos dirigente associativo. Foi cofundador da Rádio Clube de Loulé, na década de 80.

Depois de ter sido Chefe de Gabinete de Apoio ao Presidente da Câmara Municipal de Loulé e de ter coordenado durante oito anos o Gabinete de Comunicação e Relações Públicas, Joaquim Guerreiro foi eleito, em outubro de 2009 (, vereador desta Autarquia onde acumulou, entre outros, os pelouros da Cultura, Eventos e Turismo. Foi responsável por uma nova dinâmica cultural do Município, com destaque para a implementação do Festival MED, em 2004, e da Noite Branca, em 2007, eventos distinguidos por diversas vezes. Na área do desporto, foi o impulsionador de iniciativas como a candidatura “Loulé Cidade Europeia do Desporto 2015”, Plano CICLOULÉ e da Gala do Desporto do Concelho de Loulé.

Após as Autárquicas de 2013, em maio de 2014 Joaquim Guerreiro foi convidado para as funções de diretor delegado do Teatro Municipal de Faro – Serviços Municipalizados. Na capital algarvia, levou o seu conhecimento na área da animação e organização de eventos, criando o Festival F e o Alameda Beer Fest.

No campo político, foi dirigente da Juventude Social-Democrata e do Partido Social-Democrata. Entre 1993 e 2001 foi deputado da Assembleia Municipal de Loulé em representação deste partido.

 

Por: CML/GAP /RP