Por Luís José Pinguinha | Vice-presidente do Louletano | FUTEBOL | Acompanhando as jovens promessas do Louletano | pinguinhaluisjose@gmail.com

Nome: Martim Guerreiro Floro

Ano nascimento: 2012 (26 fevereiro)

 

Na sociedade atual em que vivemos, em que a falta de espaço e, sobretudo, a infelizmente necessária preocupação com a segurança inibem as crianças de brincar ao ar livre a fim de desenvolverem as suas capacidades físicas e imaginativas, torna-se obrigatório inscrevê-los em instituições que lhes possibilitem essa formação, ou seja, em clubes que lhes facultam o ensino teórico e prático de modalidades desportivas.

E, perante este cenário, o Futebol, pelo mediatismo, pela paixão e pelos benefícios inerentes à sua prática, tem-se afigurado uma ótima solução.

Bom para a saúde física (entre outras vantagens, aumenta a potência muscular, desenvolve melhor a densidade óssea femoral, melhora a formação do tecido muscular, aumenta a oxigenação do sangue e fortalece a função cardíaca) e para o desenvolvimento cognitivo (para além de excelente para o desenvolvimento da coordenação motora, proporciona uma melhor visão periférica e aumenta a velocidade de raciocínio), também incute nas crianças a compreensão da razão de ser da necessidade da disciplina, estimula o espírito competitivo e ensina-as a aprender com as derrotas e com as vitórias. Promove o contacto, a socialização com crianças da mesma idade (até porque é uma modalidade coletiva), sendo essencial para o desenvolvimento infantil, fulcral para a redução de casos de “bullying” e para a interiorização e a tomada de consciência do quão importante é trabalhar em equipa.

Mas estou convicto que como pano de fundo, e transversal a todos os benefícios atrás referidos, está, sobretudo, a diversão. Este deve ser o primeiro pensamento dos pais. E no final de um treino ou de um jogo, a primeira pergunta, porque a mais fundamental, que deve ser feita a uma criança é: “divertiste-te?”.

É óbvio que ganhar ajuda. É mais fácil estar feliz depois de uma vitória do que depois de uma derrota. Até porque formar a ganhar com alegria é o ideal. Mas há necessidade de relativizar as situações.

Vem isto a propósito da vitória das crianças Petizes B (miúdos nascidos em 2012) do Louletano que lograram vencer o Torneio do seu escalão no mediático e bem emoldurado Algarve Youth Cup 2019, superiorizando-se a cinco outras equipas algarvias e a duas espanholas. Respirou-se alegria por todos os poros: crianças e familiares. Porque houve vitória e divertimento. Aliás este grupo de miúdos que venceu o Torneio demonstrou ter bastante talento e condições para terem uma carreira futebolística deveras interessante. Sob a Direção da Profª Sílvia Viegas e a orientação técnica de Rafael Teixeira e Rodrigo Macedo, com a colaboração de Gonçalo Cristina (este último mais focado com as crianças de 2013), todos eles jogadores seniores do Louletano e com a formação feita neste Clube de Loulé, integraram a equipa: Arjen Sousa Swedien, um guarda-redes luso-holandês que foi eleito como o melhor do Torneio, o imperial Rodrigo Dias, um central que é um autêntico 112 a proteger a sua baliza, Rodrigo Mendes, possante e seguro, Afonso Brás, tecnicamente evoluído e com boa noção da ocupação dos espaços, Diogo Cruz, esforçado e a evoluir bastante bem, João Miguel, um enorme talento -ainda de 2013 e já metido nestas andanças-, Manuel Neto Gomes, excelente no 1x1 e com uma relação extremamente íntima com o golo e, “the last but not the least”, Martim Floro que foi eleito o melhor jogador do certame. Utilizando com mestria um físico imponente, dono de um pontapé fácil, forte e colocado, entendendo o jogo como poucos o fazem com esta idade, Martim Floro sobressaiu no Torneio e assumiu papel decisivo na manobra da equipa. Mas a verdade é que a vitória do Louletano deveu-se, essencialmente, ao facto de todos os jogadores do Louletano terem um nível acima da média do das crianças participantes no Torneio.

O futuro? Crescer como pessoas e, se continuarem a divertir-se jogando futebol, como se espera, evoluírem como futebolistas. Com a colaboração dos pais. Que se querem presentes mas não asfixiantes. Preparados para as vitórias e para as derrotas. E isto para que, quando os miúdos forem finalistas do ensino secundário de futebol (leia-se 2º ano de Juvenis), ou seja, antes de entrar na Universidade da modalidade (Juniores) analisarem o degrau qualitativo que atingiram e, articulando com a vida académica, eventualmente tomarem opções de vida.

Estamos curiosos para comprovar a evolução destes prometedores jogadores.

Mas isso é algo que só poderemos constatar, de forma mais rigorosa, daqui a 9 anos, 4 meses e 2 dias.