Ricardo Melo Gouveia e Filipe Lima acreditam que poderão estabelecer um novo máximo nacional na Taça do Mundo de profissionais, cuja 58ª edição inicia-se amanhã, em Melbourne, na Austrália.

O torneio de quase 7,5 milhões de euros em prémios monetários (8 milhões de dólares), dos quais 2,3 milhões de euros para o país vencedor, joga-se de novo na modalidade de pares e pela primeira vez no Kingston Heath Golf Club, entre os 28 países que se qualificaram, via ranking mundial.

«Acredito num novo recorde porque tenho muita confiança no Ricardo e espero que ele também tenha em mim. Vamos constituir um bom par porque não temos pressão nenhuma, estar aqui já é um bónus, só vejo coisas positivas, não temos pressão nenhuma e será só uma questão de representarmos bem Portugal», disse Filipe Lima ao Gabinete de Imprensa da FPG, há três semanas, em Omã, depois de ter garantido na Grande Final do Challenge Tour o regresso ao European Tour de 2017.

O português residente em França está a três dias de completar 35 anos, irá celebrá-los na capital do Estado de Victoria e referia-se ao 13º lugar (empatado) que Ricardo Santos e Tiago Cruz alcançaram em 2008, quando o Mundial de profissionais ainda se realizava na China.

Esse é ainda o recorde nacional nesta competição organizada e sancionada pela Federação das PGA’s e circuitos profissionais de todo o Mundo, incluindo o PGA Tour, European Tour, Asian Tour, PGA Tour of Australasia, Sunshine Tour e Japan Golf Tour.

«Sem dúvida que (esse 13º lugar em 2008) foi um grande resultado para o golfe português e o objetivo é melhorá-lo já este ano», declarou, por seu lado, Ricardo Melo ao site especializado “Golftattoo”, quando soube que tinha sido graças à sua boa classificação no ranking mundial que Portugal se qualificou para a Taça do Mundo.

Esta semana, o português residente em Londres, de apenas 25 anos, irá concluir a sua época de 2016, na qual foi um dos melhores ‘rookies’ (estreantes) do European Tour, tendo-se tornado na semana passada no primeiro golfista nacional a competir no DP World Tour Championship, a prova que reúne no Dubai o top-60 do European Tour. Ricardo Melo Gouveia fechou o European Tour de 2016 no 54º posto da Corrida para o Dubai, a melhor classificação de sempre de um português no ranking europeu que encerra uma temporada.

Se Ricardo Melo Gouveia irá participar pela primeira vez na Taça do Mundo – de nome oficial ISPS Handa World Cup of Golf – já Filipe Lima, esta semana posicionado como 287º mundial, compete pela segunda vez consecutiva. Na última edição da prova, em 2013, também em Melbourne, mas noutro campo (Royal Melbourne Golf Club), Lima integrou a seleção nacional ao lado de Ricardo Santos. Portugal classificou-se no 17º lugar entre 26 países, com 14 acima do Par, e Ricardo Santos obteve um muito bom 15º posto (+1) entre 60 participantes.

Filipe Lima foi ajudado pela FPG na sua deslocação à Austrália, tal como, aliás, já tinha sucedido este ano numa viagem à China para jogar um torneio do Challenge Tour. As dificuldades que sentiu depois de ter sido operado às costas há dois anos, vendo-se forçado a reiniciar a carreira, levaram-no a necessitar deste “empurrão” federativo. Em boa hora, na medida em que viveu um ano de sonho: ganhou um título do Challenge Tour (o Najeti Open, em França), subiu de novo ao European Tour, qualificou-se para os Jogos Olímpicos e foi agora escolhido como parceiro por Ricardo Melo Gouveia.

O regulamento da Taça do Mundo dita que o nº1 de cada país qualificado designe o seu parceiro de equipa e Ricardo Melo Gouveia explicou que seguiu «o ranking mundial, por ser mais justo». Assim sendo, tal como aconteceu nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em agosto, Portugal estará nesta Taça do Mundo com os seus dois jogadores melhor classificados no ranking mundial.

 Em declarações prestadas há dois dias ao “Journal du Golf”, em França, Filipe Lima explicou que «é preciso não esconder que a Taça do Mundo é também uma boa oportunidade de se embolsar um bom prémio». Para quem está a relançar a carreira, torna-se mesmo primordial. O site especializado “Golftattoo” publicou, aliás, os prémios auferidos pelos profissionais portugueses nas suas últimas participações na prova:

«Em 2005 Filipe Lima e António Sobrinho terminaram em 20º empatados (18 mil euros); em 2008 Ricardo Santos e Tiago Cruz foram 13º empatados (64 mil euros); em 2011 Ricardo Santos e Hugo Santos acabaram em 20º empatado (59 mil euros); e em 2013 Ricardo Santos e Filipe Lima concluíram no 17º lugar empatado (92 mil euros para Santos e 24 mil euros para Lima)».

Em 2016 a Taça do Mundo regressa ao seu formato original de pares, depois de uma experiência única em 2013 de valorizar mais a classificação individual. Ricardo Melo Gouveia ficou satisfeito: «Sinceramente, prefiro esta modalidade de pares porque é diferente daquilo que jogamos durante todo o ano e gosto de jogar a pares».

Amanhã, às 10h50 horas de Melbourne, às 21h50 de hoje em Portugal, a seleção nacional de profissionais irá arrancar para 18 buracos, ao lado da equipa da Venezuela, representada pelos irmãos Jhonattan Vegas e Julio Vegas. Jogarão na modalidade de foursomes (pancadas alternadas), que será de novo utilizada no Sábado. Na sexta-feira e no domingo será empregada a modalidade de fourball (2 bolas em jogo por cada seleção e aproveita-se a melhor em cada buraco).

Embora faltem alguns dos melhores do Mundo, a lista de inscritos é fortíssima, como se pode ver pelos seguintes dados fornecidos pelo PGA Tour: «Entre os 56 jogadores, há 273 títulos internacionais e 67 presenças anteriores na Taça do Mundo. Um total de 16 jogadores integra o top-50 do ranking mundial e mais de metade dos inscritos está no top-100. O japonês Hideki Matsuyama é o de cotação mais elevada, no 6º lugar, seguido do australiano Adam Scott (7º) e do sueco Alex Noren (9º). Há 18 jogadores que já foram selecionados para a Ryder Cup ou para a Presidents Cup».

A Austrália defende o título conquistado em casa em 2013 e procura o seu 6º troféu na prova. Os Estados Unidos são os recordistas, com 24 títulos. Para além dos já referenciados Austrália, Estados Unidos, Portugal e Venezuela, os restantes países que se qualificaram para a Taça do Mundo foram: Japão, Inglaterra, Escócia, Espanha, Irlanda, Coreia do Sul, Tailândia, Dinamarca, Nova Zelândia, Suécia, Itália, Áustria, Bélgica, Holanda, África do Sul, França, País de Gales, Alemanha, Canadá, China, Filipinas, Formosa, Índia e Malásia.  

 

Por FPG