«Mais importante que a ciência de governar o povo é a ciência de educar a juventude» Platão, filósofo grego do Sec IV A.C.

PREOCUPAÇÔES DUM CIDADÃO

Neste ano de 2022, 48 anos após o início da democratização do ensino, ainda despontam no sistema educativo algumas «bactérias infeciosas» que, sob a capa dum verniz que a escola lhes fornece, escondem a ignorância e a incompetência para exercerem a nobre missão que a sociedade lhe atribui – a educação e formação da nossa juventude. Redunda tal abcesso em danos objetivos muito especialmente para os alunos, mas também para suas famílias e em última instância para a Escola que os acolhe.

Não cabe somente aos responsáveis do sistema de ensino, quer sejam as direções da escola, quer os seus órgãos internos, a deteção e aplicação do adequado «antibiótico» que conduza à cura de tais males e eliminem a ação de tais agentes corrosivos.

O imobilismo, desinteresse e tradicional “laisser faire, laisser passer” de muitos pais e encarregados de educação, acabam por ser o grande alimento de tais “seres” que se vão eternizando, até que a reforma resolva aquilo que a ESCOLA deveria atempadamente ter solucionado.

A escola constitui-se como o mais interveniente meio do progresso social e do culto de valores. Daí que estes assuntos a toda a sociedade digam respeito. E daí também a extrema importância da estreita e contínua ligação e intervenção dos encarregados de educação na escola.

Se esta vertente é importantíssima, não devemos alijar responsabilidades a quem, de facto e de direito, as deve assumir – a Escola e seus órgãos diretivos /pedagógicos. É aqui que se deve, em primeira e última instância, exigir uma condução exemplar em conformidade com as determinações legais e com o preceituado nos tratados pedagógicos e didáticos que balizam a ação docente. É exigível que, no interior da escola, sejam detetados tais “parasitas” do ensino, tomando-se medidas corretivas para os neutralizar. A avaliação e validação são termos que devem fazer parte do exercício diário das práticas pedagógicas.

 Exigência na execução de tais práticas, tendo sempre presente que a função primordial do docente é, e sempre foi, proteger o aluno, educá-lo, formá-lo e fornecer-lhe todas as bases, de conhecimento e culturais, que o projetem para a vida, conferindo-lhe todas as condições para que se realize e se torne útil à sociedade. À escola compete assegurar que o seu corpo docente seja constituído por um professorado idóneo, competente, consciente da importância da sua missão e das suas responsabilidades.

Tenhamos SEMPRE presente que o professor é a chave de toda a problemática educacional, sendo exigível que a Escola certifique a qualidade dos seus agentes e providencie a correção das anomalias, que em todas as organizações ocorrem. Uma ação formativa oportuna poderá constituir solução para os casos divergentes que sempres surgem. É o tal antibiótico que acima referimos.

É na Escola, muito especialmente no ciclo básico/secundário que se acompanha e colabora no desenvolvimento e na formação de carácter, se espevita a inteligência nata e se ajuda a formar a personalidade dos jovens, por forma a propiciar-lhes a melhor integração social, e se lançam os alicerces do seu futuro e da forma como irão dar o seu contributo à sociedade. Os professores têm aqui a seara de que são seareiros.

Vem tudo isto a propósito da “fuga” de alguns dos melhores alunos, em classificações, sentido das responsabilidades e “ambição”, da Escola Secundária de Loulé para outras escolas, onde lhe sejam garantidas condições que reconhecem não existir por cá, muito por fruto da avaliação negativa que fazem às referidas “bactérias infeciosas”, com que iniciamos este desabafo.

Não cabe aqui a análise das deficiências que conduzem a esta extrema situação, que é a rejeição da sua escola por tais alunos. Cabe tão só manifestar publicamente o desapontamento e lançar o apelo e o alerta, aos pais e encarregados de educação, para que participem na vivência escolar dos seus educandos, exigindo que situações anómalas de desinteresse, incapacidade e falta de noção da função docente, que sejam detetadas, tenham adequado tratamento.

E tenhamos sempre presente que, para ser bem executado, “o trabalho” do professor é, dentre todas as atividades humanas, uma das mais difíceis, merecendo sempre o nosso respeito.

Assim o entenda quem abrace tão digna quão gratificante profissão, pois que:

«Mais importante que a ciência de governar o povo é a ciência de educar a juventude»

 

Aos Alunos, à Escola e a Loulé, o MELHOR!

 

Por: Comandante Rui Cabrita um “Louletano” de Alte.