A Câmara Municipal de Olhão divulga Comunicado da Presidência sobre a possibilidade de acolhimento dos refugiados no Concelho de Olhão.
COMUNICADO
«Caros Olhanenses,
Muito se tem falado, nestes últimos dias, de um gravíssimo problema mundial, mas que também é regional: a ajuda humanitária aos Refugiados.
No final da passada semana, foi este Executivo confrontado com uma iniciativa por parte da Delegação da Cruz Vermelha Portuguesa Fuzeta/Moncarapacho que se autopropôs, com o apoio do Presidente da Junta de Freguesia, utilizar um terreno destinado à construção de uma creche para acolher alguns dos refugiados que o País – através dos acordos que este Governo estabeleceu –, irá receber.
É imperioso afirmarmos que em primeiro lugar estão, e sempre estarão, os Olhanenses! Este Executivo, mesmo com todas as dificuldades financeiras que são sobejamente conhecidas, tem continuado a apoiar os mais desfavorecidos, como por exemplo, entregando livros gratuitos aos alunos do 1º. Ciclo, possibilitando consultas/cirurgias de oftalmologia através do Programa “Cuidar” e promovendo as mais diversas atividades nas áreas da Cultura, Desporto e/ou Juventude.
Sempre fomos um povo solidário, hospitaleiro e com uma grande capacidade de ajuda ao próximo. Nesta triste e humilhante situação dos refugiados, também nós não quisemos deixar de apoiar, porém, entendemos que a localização pretendida não era, de todo, a mais adequada. O terreno está numa zona de excelência cujo enquadramento se pretende virado para o turismo.
Reunimos de imediato com todos os intervenientes, nomeadamente a Presidente da Comissão Portuguesa para os Refugiados, o Presidente da Junta de União de Freguesias Fuzeta/Moncarapacho e o Presidente da Delegação da Cruz Vermelha da Fuzeta/Moncarapacho, informando-os claramente que o Município de Olhão está solidário com este flagelo e disponível para encontrar soluções, não abdicando de exigir um acompanhamento definitivo à sua completa integração.
Somos, sem dúvida alguma, solidários, mas também conscientes da realidade e não queremos sê-lo só para as televisões ou, quiçá, para eventuais subsídios. Este processo tem que ter, obrigatoriamente, um plano a médio prazo, elaborado de forma a dar uma ajuda real de alojamento, de acompanhamento e integração, bem como limite temporal. Só assim nos parece justa e lógica a nossa intervenção. Esta é uma das nossas reais e principais preocupações.
No entanto, queremos também esclarecer todos os Olhanenses que a Senhora Comissária Teresa Titto Morais, informou-nos que até à data não há, por parte deste Governo, uma definição sobre o financiamento, condições de enquadramento legal ou formas efetivas de apoio estatal para podermos dar as condições mínimas a estas pessoas. Também por parte da Cruz Vermelha, se o apoio não for suficiente, não haverá interesse em encabeçar este processo, informou-nos o seu Presidente.
Estamos com os refugiados, mas em primeiro lugar ESTAMOS COM OS OLHANENSES!