O padre Alberto Teixeira, de 72 anos, que era já pároco de Cachopo, Martim Longo e Vaqueiros desde 2011, acumulou agora mais aquelas três comunidades paroquiais do nordeste algarvio, substituindo o padre Atalívio Rito da Fraternidade da Mãe de Deus (FMD). Na missão terá a colaboração do diácono Albino Martins como já acontecia nas outras paróquias.
Ontem de manhã, na eucaristia de tomada de posse, presidida pelo bispo do Algarve na igreja paroquial de Alcoutim, D. Manuel Quintas começou por lembrar que esta designação engana. “Não se trata de possuir nada, não se trata de assumir um poder, quase como um direito de propriedade. Trata-se de servir. É isso que quer dizer ser ministro, ser servidor. Ministério é um serviço e uma vocação que se assume na Igreja”, esclareceu.
“Quando vivemos a vida como dom e como serviço para os outros é quando encontramos mais gosto na nossa própria vida. Nós não nascemos para vivermos, egoisticamente, voltados para nós mesmos. Não nascemos para competir uns com os outros. Podemos até ter mais poder, mas quando isso não se transforma em serviço, não nos leva à verdadeira alegria e felicidade”, advertiu, lembrando que servir significa “uma vida gasta pelos outros, com amor”.
O prelado agradeceu pelos 24 anos de serviço da FMD naquelas paróquias que considerou “um tempo fecundo de serviço, dedicação, entrega e identificação” com aquelas comunidades. “Aquilo que deve brotar do nosso coração é um sentimento de gratidão humana e de ação de graças a Deus por tudo aquilo que os padres da Fraternidade da Mãe de Deus criaram nestes lugares ao longo destes anos”, afirmou, na eucaristia que teve início com a leitura do decreto de nomeação, assinatura e leitura do auto de posse, lembrando que “chegou o momento em que se achou melhor e mais conveniente que continuassem a servir a Diocese do Algarve noutro lado”. “Quando nós – bispo, padres ou consagrados – nos consagramos a Deus é para O servir, não num lugar concreto, não numa paróquia ou numa diocese para toda a vida (embora possa acontecer). Servimos onde Deus quiser. Deus, que nos dá a vocação, envia-nos também em missão para diferentes lugares. O importante é viver esta consagração com um espírito de serviço, entrega e consagração a Deus e também aos irmãos”, prosseguiu.
D. Manuel Quintas invocou também a “bênção de Deus” para a nova equipa que assume agora aquelas comunidades, manifestando “a certeza que vão entregar-se a estas paróquias com a mesma generosidade, sentido de serviço e dedicação, embora com a dificuldade própria de quem alarga o seu ministério”. “Se até aqui, para seis paróquias havia dois padres, um diácono e a fraternidade, agora passa a haver apenas um padre e um diácono, o que significa que todos temos de nos envolver, colaborar e predispor ainda mais”, evidenciou, apelando à colaboração dos leigos que advém do próprio batismo. “Todos temos esta vocação e missão, não apenas de participar mas também de colaborar”, alertou.
No final da eucaristia, o padre Alberto Teixeira exprimiu a sua disponibilidade para também trabalhar naquelas comunidades e o diácono Albino Martins manifestou um “grande espírito de serviço à Igreja e às comunidades” que lhes são confiadas. “Viemos para somar”, afirmou, exortando à responsabilização de todos no trabalho paroquial.