Fica ontem concluído o processo de aprovação do Orçamento de Estado 2018, o qual tem o apoio de PS, BE e PCP. Importa, por isso, avaliar as suas repercussões para o Algarve.

Para a nossa região este orçamento é uma grande desilusão e uma tremenda injustiça.

1.O Governo enfatizou que ao Orçamento de Estado subjazem opções que vão significar um acréscimo de investimento público, 40 por cento em relação a 2017, um dos mais baixos de sempre. Não obstante este aumento, o investimento público para a região ficará abaixo de 1 por cento do total do investimento, embora o Algarve represente 5 por cento da população e do PIB.

2. Não está previsto o Hospital Central do Algarve, não obstante estarem inscritos 4 novos hospitais para o país. Atente-se, a este respeito, que em 2006 um estudo técnico encomendado pelo Governo de então fixava a lista de prioridades para a nova geração de hospitais. Nesse estudo, o Algarve figurava em segundo lugar e as conclusões do mesmo foram transpostas para portaria, a qual se encontrava em vigor e o atual Governo viola com esta decisão. Mais de 1000 milhões de euros para hospitais e para o Algarve zero. Ou já não tem o Algarve os piores indicadores de saúde a nível nacional?

3. A requalificação da EN -125 entre Olhão e VRSA -não obstante o seu estado de degradação nos troços que carecem de beneficiação - não tem inscrita qualquer verba para a sua realização. Não há concursos lançados nem haverá obra. Importa relembrar que, em Maio de 2017, o Governo assumiu o compromisso de começar obras ainda este ano. Não o fará nem neste nem no próximo ano. Anuncia, o Governo, promete, mas não cumpre.

4. A eletrificação da Via do Algarve e a ligação ferroviária ao Aeroporto ficam na gaveta. O Governo assume investir 270 milhões em 2018 e 2000 milhões até 2020. Apenas o Algarve fica de fora, o que é mais grave quando estas intervenções foram consensualizadas em 2015 pelos principais partidos como prioridades nacionais.

5. As portagens mantêm-se nos moldes que as conhecemos. Todavia, impõe-se que se recorde 2015. PS - redução a título imediato de 50% -, BE e PCP - abolição-, foram muito categóricos nos seus compromissos e elegeram essa matéria como determinante para a região. Continuam as encenações sem resultados.  Note-se que o PSD absteve-se na proposta de abolição apresentada por outra força política, a qual veio a ser chumbada por PS e PCP.

Em suma: este Governo diz que tem dinheiro para gastar, diz que o vai fazer, diz onde, mas diz que não é no Algarve, a favor dos algarvios e em razão das suas necessidades.

 

Por: PSD