Os nómadas digitais chegam de todas as partes do mundo e têm-se tornado uma comunidade importante no país trazendo uma nova forma de trabalhar à distância capaz de mobilizar a economia através de novos investimentos nas áreas da inovação e tecnologia e no impacto positivo dos negócios locais pela chegada de mais pessoas ao país europeu.
Além da mudança do paradigma laboral, o nomadismo digital está também intimamente ligado a uma tendência atual de sustentabilidade, que a torna ainda mais apetecível ao permitir que os trabalhadores possam trabalhar em qualquer parte do mundo enquanto diminui de forma considerável as emissões de CO₂ com as deslocações para o trabalho, ou em alguns casos, as despesas de realocação para um país diferente.
Nómadas digitais e sustentabilidade
A sustentabilidade e o nomadismo digital estão a andar de mãos dadas. É verdade que existe um aumento da digitalização que aumenta a necessidade de consumo de energia elétrica, mas a tendência é sustentada pelo uso crescente no consumo de alternativas energéticas mais sustentáveis. Ao mesmo tempo a prática elimina custos inerentes às infraestruturas de grandes empresas com escritórios, deslocações de colaboradores e em alguns casos lojas físicas, o que acaba criando soluções ainda mais sustentáveis ao nível laboral.
Neste campo parece que o Algarve se deseja posicionar como um polo de referência no nomadismo digital, acolhendo diversas iniciativas para o promover, como a primeira cimeira de inovação e tecnologia que pretende atrair investimento para a região no setor dos nómadas digitais, ou promovendo estadias de longa duração para quem deseje permanecer em modo de teletrabalho enquanto usufrui das qualidades da região mostrando que o Algarve está ativamente à procura de se estabelecer como referência neste segmento.
Esta mudança de paradigma é explicada não só pelos avanços tecnológicos globais que tornaram o teletrabalho uma realidade, mas também porque a tendência de consumo tem se alterado e está passando a ser cada vez mais online obrigando também as empresas a reinventarem o seu modelo de trabalho.
São várias as indústrias que altera a sua estratégia exatamente por perceberem que os consumidores procuram produtos sustentáveis e que de alguma forma estejam ligados ao digital.
Um exemplo desta tendência é a indústria automóvel, onde o aumento da procura de carros elétricos continua a crescer. Ao mesmo tempo, a indústria do entretenimento também aposta cada vez mais em plataformas digitais para oferecer os seus produtos, como é o caso de filmes e séries de TV em serviços de streaming como Netflix, música em plataformas como Spotify, e até jogos tradicionais como poker e xadrez em sites como PokerStars e Chess.com respetivamente.
Teletrabalho é uma realidade
Além da tendência de consumo se ter alterado a forma de trabalhar com foco em teletrabalho é também uma realidade que veio para ficar com grandes empresas como a Google ou a Twitter a darem o primeiro passo e alterar o seu modelo de trabalho para um modelo híbrido onde incluem o teletrabalho, tornando o seu modelo de negócio mais sustentável.
Esta nova realidade abre portas para que mais pessoas optem por se tornar nómadas digitais já que não necessitam estar condicionados à localização geográfica de uma empresa, mas também oferece às empresas a oportunidade de se fixarem nos países que lhe oferecerem melhores condições, fatores que a região do Algarve parece cumprir.
Por um lado a região é dotada de um clima temperado o ano inteiro, um aspeto que pesa bastante na escolha do local para trabalhar dos nómadas digitais que graças a uma agenda de trabalho mais flexível conseguem assim usufruir mais do seu tempo livre, por outro é uma região com preços acessíveis e estrategicamente interessante para as empresas ligadas a vários setores económicos como turismo, mar, energia, digital, ou tecnologia.
Ainda que seja um processo até a região do Algarve se tornar mais inovadora e diversificada economicamente parece que num futuro próximo à região poderá de facto ter hipóteses de ser considerada uma referência para os nómadas digitais.