Pelo PAN
Sou alentejana, estudei em Beja no secundário e depois rumei a Lisboa para continuar os estudos, porque em Beja ainda não havia os politécnicos que existem e na altura a única saída profissional era o magistério primário ou a enfermagem. Como não me revia num nem noutro, terminado o 12º ano, fui estudar para o Instituto Superior de Novas Profissões, onde frequentei e concluí o Curso Superior de Turismo, de 4 anos, que me conferiu o grau académico de bacharelato. Mais tarde e já tendo rumado ao Algarve, matriculei-me na Universidade do Algarve onde voltei a estudar e onde concluí a licenciatura em Marketing, com especialização em Marketing Industrial. Em termos profissionais, estagiei na Agência de Viagens Meliá e mais tarde, terminado o estágio, concorri e entrei para a Câmara Municipal de Serpa, onde trabalhei no Gabinete de Estudos e Desenvolvimento Económico. Posteriormente, tendo aberto concurso para o Instituto de Promoção Turística, concorri e entrei e ali trabalhei como Técnica Coordenadora dos Centros de Turismo Portugueses no estrangeiro pertencentes aos países do grupo Benelux (Bélgica, Países Baixos e Luxemburgo). Depois de alguns anos em Lisboa, resolvi que queria um estilo de vida mais saudável, que me permitisse igualmente dedicar aos animais de rua umas horas da minha vida, para minorar o sofrimento daqueles que, vítimas de abandono, se cruzassem no meu caminho, ou eu no deles. E assim fiz. Fiz as malas e rumei a Vilamoura onde resido. Desde aí, aquilo que começou por ser uma ou duas horas diárias tiradas ao meu descanso nos primeiros anos, foi assumindo proporções cada vez maiores e atualmente tornou-se para mim uma missão de vida, à qual me dedico a tempo inteiro. Foi por ela que aderi ao PAN, porque é o único partido que não sendo de esquerda, nem de direita, é um partido de causas. Causas que a todos deviam interessar mas, infelizmente, assim não é. Causas que se prendem não só com os animais. Somos muitas vezes injustamente apelidados de ser "o partido dos animais", o que não corresponde minimamente à verdade. Veja-se, por exemplo, o número de propostas apresentadas e já aprovadas noutras áreas, muitas delas de cariz social e ambiental. A minha candidatura a Quarteira ficou a dever-se a um convite, que me foi endereçado pelo Paulo Batista, Comissário político do PAN e deputado do partido na Assembleia Municipal de Faro. Ao princípio pensei sinceramente em recusar por achar que poderia não estar à altura das expectativas que em mim pudessem depositar mas depois e após termos conversado novamente, resolvi aceitar este desafio. Candidatei-me por, como toda a gente, presumo, termos ideias diferentes de desenvolvimento e de prioridades a estabelecer, face ao que conhecemos e pretendemos da terra que escolhemos para viver as nossas vidas. Há obras que foram já feitas, algumas mal, do nosso ponto de vista é claro, como é o caso da ciclovia que tanto coloca em perigo ciclistas como peões e automobilistas e é um pesadelo para os condutores de autocarros e camiões. Outras que já deveriam ter arrancado há mais tempo e só agora estão a ser projetadas, cuja localização é bastante discutível; tal é o caso dos novos mercados de fruta e de peixe, a serem construídos numa área junto ao Passeio das Dunas, que em nosso entendimento não é a melhor porque ao invés de se retirar a pouco e pouco e sempre que possível, o trânsito do centro da cidade, faz-se exatamente o oposto. E outras obras há, para as quais a Junta de Freguesia de Quarteira deveria ter tomado uma posição e não tomou. Estou a falar do novo condomínio que está a nascer, junto ao passeio das Dunas, cuja volumetria vai criar uma barreira arquitetónica entre a Quinta do Romão e a frente mar. Isto sem falar de outras que ainda não foram feitas mas que agora e oportunamente, aparecem como projeto no último Boletim Informativo; tal é o caso da nova casa mortuária que já deveria ter sido feita há pelo menos 4 anos atrás, porque o que existe a todos nos envergonha, por não ter condições algumas. É um lugar sem condições, para as pessoas que, tendo perdido um ente querido, estão mais do que nunca fragilizadas e ali não encontram o mínimo de conforto. Em Quarteira, pretendo implementar o mesmo que a Câmara de Serpa já fazia há mais de 20 anos atrás, quando por lá passei. Estou a falar daquilo que o Engº João Rocha, então presidente, fazia todos os anos e que chamávamos de presidência aberta, ou seja, uma câmara itinerante com passagem por todas as juntas de freguesia, para auscultar as opiniões e anseios daquelas gentes. Acho que isso se pode aplicar a esta freguesia porque nos assuntos que a todos dizem respeito, as pessoas devem ser chamadas a pronunciar-se sobre os mesmos, ser ouvidas as suas opiniões e os assuntos devem ser depois decididos em consonância com os interesses manifestados, salvaguardando evidentemente questões técnicas. Isto porque muitas vezes há assuntos que são decididos e obras que são realizadas que deveriam ter sido melhor ponderadas e discutidas, porque direta ou indiretamente interferem com as suas vidas. O PAN pretende por isso dar uma atenção mais especial a assuntos que envolvam as pessoas, os animais e a natureza. Envolver as pessoas para que se sintam parte da coisa pública. A pandemia alterou, de facto, as nossas vidas por completo. A perda do nível de rendimentos a que as famílias estavam habituadas, foi dramática para muita gente. Quer particulares, quer empresários que se viram a braços com uma situação inimaginável há 2 anos atrás. Podemos dizer que há uma vida antes e após Covid. Apesar dos programas que o governo foi fazendo sair, de apoios quer a particulares, quer a empresas, obviamente que os mesmos foram criados para suprir algumas perdas. Logo não supriram a totalidade das necessidades, quer de quem perdeu os seus empregos, quer dos que tiveram de fechar os seus negócios. O PAN, para a freguesia de Quarteira, pretende criar espaços verdes e de lazer e zonas de convívio onde quer que sejam possíveis. Isto para fomentar não só o convívio como para permitir o encontro intergeracional, que entendemos como um pilar fundamental para a saúde mental dos mais velhos e aprendizagem dos mais novos. Todos sairão a ganhar com esta partilha de conhecimentos. Pretendemos criar hortas ou hortejos, também com essa mesma finalidade, quer em espaços públicos quer em espaços do parque escolar. Pretendemos apoiar famílias carenciadas ou vulneráveis, quer no apoio às rendas, quer contratualizando com proprietários de imóveis que não estejam a ser usados, a possibilidade de os colocar numa base de dados da junta de freguesia para arrendamento a custos controlados. Pretendemos também criar uma casa para os animais. A Junta de Freguesia resolveu, antes da corrida eleitoral lançar 3 abrigos para os gatos comunitários, o que já é alguma coisa apesar de só agora se ter lembrado deles, mas no entanto continua a faltar o essencial. Uma casa. Um porto de abrigo para todos aqueles que andam nas ruas, fruto de abandonos. Queremos levar para a frente um Centro de Bem Estar Animal, em cujo projeto estive envolvida em 2018, o qual ganhou o O.P. de 2018, mas que Câmara Municipal de Loulé, apesar disso, decidiu que não iria para a frente e, sem se comprometer por escrito com um não, recebi a notícia, via telemóvel, através do Coordenador do O.P. de Loulé, Ricardo Tomás. Talvez a verba disponível para o mesmo, tenha sido empregue na ciclovia? Não sei. Só sei que mais uma vez, com esta atitude, o executivo demonstrou que a questão dos animais não os move nem comove, apesar de parecerem fazer crer o contrário. Mas factos são factos e contra factos, não há argumentos, certo? A realidade é esta. Nada de novo para os animais. Apesar do que se pugna, desde 2014, por melhores condições para os animais e apesar das inúmeras reuniões havidas com o Dr. Vítor Aleixo e do mesmo sempre ter recebido bem o grupo de pessoas que na altura formámos, para discutir e apresentar propostas, a verdade é que as mesmas nunca foram implementadas, provavelmente por falta de vontade, já que muitas delas eram simples alterações de procedimentos, incluídos naquele que considerámos ser um bom manual de bem estar animal, que poderia e deveria ser aplicado pelos serviços. https://planetalgarve.com/2021/06/11/quarteira-amalia-carrilho-aplaude-abrigos-para-gatos-mas-lamenta-a-nao-concretizacao-do-projeto-vencedor-no-op18/ Queremos também desenvolver e criar circuitos pedestres e de observação da natureza e fauna, que integrem a rede de circuitos turísticos nacionais e tragam mais turismo de qualidade e menos sazonalidade (diversificando além do turismo de massas, como o sol e praia), vertente esta que se estenda ao longo de todo o ano e não se concentre apenas em 2 meses. Pretendemos construir 2 silos automóveis verticais que resolvam o problema do estacionamento para fechar, de vez ao trânsito, o troço em falta da avenida Infante Santo, ficando toda a frente mar pedonal até ao Passeio das Dunas, sem contudo deixar de aí poderem transitar veículos de emergência, limpeza, recolha de lixos e de abastecimento aos vários pequenos negócios aí existentes. Cremos que esta medida ao invés de diminuir o afluxo de pessoas a estas zonas, bem pelo contrário acreditamos que terá um efeito multiplicador se for bem planeado, implementado e articulado com um sistema de transporte elétrico coletivo, de pequena dimensão, que faça a ponte entre esses silos de estacionamento e a avenida, percorrendo-a de uma ponta à outra, admitindo e largando pessoas enquanto o comércio estiver aberto e assim se justificar. Queremos tornar a cidade acessível a todos os que sejam portadores de algum grau de deficiência física. Para tal iremos remover barreiras para que todos circulem em segurança. Peões e condutores. Também a pensar nessas pessoas, pretendemos construir uma rampa móvel com entrada direta na água, para que qualquer pessoa em cadeira de rodas entre na água sozinho e em segurança, apesar de ter de haver, claro, por parte do corpo de nadadores salvadores uma maior vigilância e acuidade. Também, para responder às inúmeras pessoas que se queixam de não terem uma praia onde se possam fazer acompanhar dos seus animais de estimação, pretendemos designar uma das praias Pet Friendly, ou seja, amiga dos animais, para que os mesmos não sejam excluídos dos momentos de convívio que possam ali haver entre os tutores e os seus animais. Existem outras medidas, não tão prementes quanto estas que acabei agora de referir e esmiuçar, mas igualmente importantes e a ter em linha de conta, que já temos pensadas e que constam da minha nota de imprensa.