As eleições para a Federação do PS do Algarve realizam-se a 06 de setembro e deverão ser assim disputadas por António Eusébio e Jamila Madeira, que apoiam respetivamente António Costa e António José Seguro nas primárias do partido.
Jamila Madeira disse à Agência Lusa que a sua provável candidatura responde a um desafio que lhe foi lançado por militantes algarvios, num “processo que ainda está em curso, mas que está resolvido e será decidido nos próximos dias”.
António Eusébio adiantou à Lusa que a apresentação da sua recandidatura deverá ser feita aos jornalistas “no início da próxima”, depois de ter andado “pelas concelhias a mostrar a disponibilidade para avançar novamente como candidato”.
“Fazendo eu parte do secretariado nacional de António José Seguro e tendo sido sua apoiante desde a primeira hora, o meu apoio pessoal é inequívoco e considero que é uma opção relevante no quadro dos princípios e dos fundamentos programáticos do Partido Socialista”, afirmou Jamila Madeira, frisando que o apoio ao atual secretário-geral do PS é manifestado “a título pessoal”.
Jamila Madeira considerou que a disputa nacional pela candidatura a primeiro-ministro entre Seguro e Costa “não é equacionável nos mesmos termos da Federação”, onde foi desafiada “por apoiantes do António José Seguro e apoiantes do António Costa”.
“E, portanto, isso para mim é importante, conseguir separar a realidade distrital da realidade nacional. Uma coisa é o interesse da região, outra é aquilo que considero relevante para o interesse do país”, acrescentou.
Jamila Madeira afirmou ainda estar a equacionar “uma candidatura abrangente, que defenda os interesses da região e recoloque o Algarve nos processos de decisão e de definição das políticas que o afetam, reforçando o posicionamento quer enquanto partido, quer enquanto região”.
Questionado sobre uma possível influência do seu apoio pessoal a António Costa nas eleições para a Federação, António Eusébio também disse estarem em causa questões “diferentes”, sendo que “uma é uma disputa a nível nacional e a outra pela federação, ao nível regional”.
“Infelizmente, na minha opinião, as coisas foram mal direcionadas, não se devia ter misturado a questão das federações com as primárias, porque isso só vai agudizar as disputas entre militantes e criar aqui algumas cisões, num momento em que o PS precisa de estar mais forte e mais unido”, lamentou.
António Eusébio disse que, “enquanto candidato a presidente da Federação, o que interessa na verdade é o Algarve” e está disposto a trabalhar “de igual forma” com Seguro ou Costa, embora espere que o apoio ao atual presidente da Câmara de Lisboa lhe dê “alguma vantagem”, porque no Algarve há, disse, “mais militantes que apoiam o Costa”.
O presidente da Federação disse ainda que, caso seja reeleito, “as principais prioridades passam por ter um olhar muito especial para o emprego, a qualificação e o desenvolvimento económico”, os temas “que mais penalizam, neste momento, os algarvios”.
Por Lusa