O apelido Beja (fig. Brasão) é proveniente da cidade Alentejana do mesmo nome.
Beja teve origem em Mafaldo, fidalgo Franco, que aportando a Portugal numa armada de cruzados, ajudou o Rei D. Sancho II (1223-46) na reconquista de Elvas (1229), Beja (1232) e Tavira (1238).
A VI Cruzada (1228-29) foi liderada por Frederico II de Hoenstauffen, o qual foi Rei da Sicília (1198-1245), Rei dos Romanos (1212-45), Imperador do Sacro Império Romano-Germânico (1220-45) e Rei de Jerusalém (1225-28)… Esta Cruzada terminaria com uma trégua assinada entre Frederico II e Camil, Sultão do Egipto e que duraria uma década. As negociações com os Muçulmanos valeram a Frederico II a excomunhão, por duas vezes, por parte do Papa Gregório IX (1227-41)…
Mafaldo de Beja, filho do anterior, foi escrivão da Puridade de D. Afonso III (1246-79). Casou com “Madama” Lorena, que devia estar relacionada com a região assim chamada.
João Domingues de Beja, filho dos anteriores, casou com Teresa Rodrigues Viegas (filha Mem Rodrigues Viegas, Sr. de Trancoso). Tal como o pai, foi escrivão da Puridade, por D. Dinis (1279-1325) e vassalo de D. Afonso V (1325-57) a quem acompanhou na batalha do Salado (1340). Encontra-se sepultado na Igreja de S. Francisco de Beja.
João Domingues e Teresa tiveram dois filhos – Gonçalo Anes de Beja, casado com Isabel de Azevedo (filha de João Gomes de Azevedo, de Elvas) e Gomes Anes de Beja, casado com Leonor Pais de Sequeira. Ambos tiveram geração continuadora do apelido Beja.
Nas “Actas de Vereação de Loulé” são referidos, entre 1384 e 1385, Vasco Lourenço de Beja e Gomez Lourenço de Beja, este como “almotacé” pelo mês de abril, juntamente com Joham da Costa. Vasco e Gomez deveriam ser irmãos, pelos apelidos e pela cronologia.
Gomez poderá ser o mesmo referido no Livro de Linhagens (1344) de D. Pedro Conde de Barcelos, como “valido” de D. Dinis e Comendador-Mor da Ordem de Santiago. Gomez contraiu matrimónio com Beatriz Martinez (filha de Reimondo Annez Brochardo e de Constança Martinez) …
