Farto como apelido não é muito vulgar. Derivará de alcunha e as famílias assim nomeadas são representadas pelo brasão da figura…
O mais antigo de apelido Farto que se encontrou, em fontes Espanholas, refere-se a alguém residente em Leão que foi testamenteiro e herdeiro de um seu avô, no século X.
Existem referências a outro Farto que fez parte da lista dos participantes na reconquista de Tarragona, em 1118 e no seu repovoamento, ao serviço do Conde Berengário III de Barcelona (1118-1131).
Em Portugal no tempo de D. Afonso V (1446-1481) encontrou-se em Avis, em 1449, Pero Anes Farto numa “Carta de monteiro da mata de Vale de Cabeços”…
O cavaleiro Martim Farto é referido em 1487 e em 1493 nas Actas de Vereação de Loulé fazendo parte da gente abonada e de distinta ascendência que deixaram em testamento mandar celebrar aniversários e missas por alma, confiada às preces dos Franciscanos do convento de Nossa Senhora da Graça (destruído pelo terramoto de 1755 e do qual ainda resta o portal). Martim (M. F. Botão, 1999) deixou o usufruto dos seus bens em 1500 a André d’Ataíde, o qual é referido catorze vezes nas Actas de Vereação, nomeadamente em 1522 e 1523 como Juiz e em 1527 como Juiz dos Órfãos. A Rua de Martim Farto ainda assim se chama e dá acesso à Igreja Matriz de S. Clemente do lado Norte.
Com data posterior encontrou-se nos registos paroquiais de S. Clemente (Loulé) uma Isabel Farta Ichoa casada com João de Gois e falecida em 1597/12/27, já viúva. Isabel poderia ser filha do anterior Martim Farto, se tivesse falecido com mais de 96 anos de idade… ou sua neta.
Foram filhos de João de Gois e de Isabel Farta:
- Outro Martim Farto casado com Violante Neta e falecido em 1586/12/26.
- Beatriz Ichoa Viegas, nascida em cerca de 1540 e casada em 1567/5/14 com Álvaro de Taíde (filho de Diogo de Taíde Mascarenhas).
- Fernão Raposo casado com Guiomar Soares em 1562/12/7 e falecido em 1612/12/23:
- Luís Raposo casado com Leonor Leitão em 1570/5/14.