O apelido Pincho significa salto e encontram-se lugares com esta denominação em Bensafrim, Figueira da Foz e Viana do Castelo.
A insidência do apelido no Barlavento Algarvio aponta para a origem autóctone. Como se desconhece o brasão referente aos “Pincho”, optou-se por representar o da freguesia de Bensafrim - Barão de S. João, a provável origem.
A documentação mais antiga encontrada sobre o apelido (Actas de Vereação de Loulé, 1999) refere-se a Domingos Estevez Pincho que foi padroeiro (eleição anual) do Concelho de Loulé (1392);
- A Rodrigo Alvarez Pincho, homem bom (1470), foi-lhe confirmado, por três vidas, o foro de Querença (300 reais brancos), na condição de fazer melhoramentos e de não vender (M. F. Botão, 2009). Foi também lagareiro mestre (1487) e testemunha (1488);
- Em 1492 é referido (...) Pincho “codrilheiro” da vintena de Loulé;
- Diogo Álvarez Pincho está na lista dos lavradores do Reguengo de Quarteira (1493), de Rui Barreto, filho de Nuno Barreto, Alcaide de Faro. Também fazem parte da referida lista Estevam Vaasquez “o Velho” (amo de Nuno Barreto) e Adella Bavosso que juraram por sua lei (Corão) que “lavravam cada um, um moio de pão e daí para cima”... Fazem parte da mesma lista outros Mouros (Gonçalo Estevez, filho de Estevam Vaasquez, Abraoom, genro de Adella Bavosso, Mão “o Velho” e Mafomede Duram) que não fizeram o mesmo juramento... Teriam passado a ser Cristãos?
- Estêvão Vaz Pincho (1512) foi casado com a filha de Abi Talha (Muçulmano), segundo a conferência sobre “os Muçulmanos de Loulé na Idade Média” (M. F. Barros, 2014), onde também se refere que esta comuna era a mais importante de Portugal, no século XV. Dados genéticos provam que o Algarve é a região do País com menor influência Norte Africana (Viseu é o oposto). Contudo esta contradição poderá ser explicada pelos denominados Mouros serem Muladis – autóctones convertidos ao Islão. Análises de ADN provenientes de ossadas de cemitérios Muçulmanos seriam esclarecedoras sobre a sua origem...
