Na passada segunda-feira, celebrou-se o 106º aniversário da assinatura do Armistício de Compiègne que pôs um ponto final na I Guerra Mundial.
O Município de Loulé associou-se uma vez mais às celebrações, com uma homenagem aos militares louletanos que tombaram neste conflito, bem como nas campanhas de África.
Depois da deposição de duas coroas de flores junto à fachada dos Paços do Concelho onde se encontram as lápides com os nomes dos militares naturais do concelho de Loulé que participaram nestes conflitos, e da condecoração de dois combatentes em Angola, foi a vez de algumas palavras a recordar este momento histórico em que a Europa, “cansada e desgastada de quatro longos anos de uma guerra sangrenta e destruidora, respirou de alívio”.
Em 11 de novembro de 1918 “calaram-se as armas”, embora o acordo final só tivesse surgido em 1919. Neste conflito morreram milhões de pessoas. Portugal enviou mais de 100 mil homens, dos quais 8 mil perderam a vida nas trincheiras da Flandres ou nos campos de batalha de África.
“Foram anos muito negros, em que muitos dos nossos conterrâneos foram rumo à desolação e ao sofrimento de uma terrível guerra. Esses jovens, arrancados dos braços das suas famílias, eram oriundos de diversos pontos do nosso concelho. Hoje, passados 106 anos, cabe-nos a nós relembrarmos e homenagearmos os combatentes, esses louletanos (pais, filhos, netos, irmãos) que, ao serviço de Portugal, tombaram no campo de batalha”, disse o presidente da Câmara Municipal de Loulé, Vítor Aleixo.
Evocar este passado é também “uma chamada de atenção para os horrores da guerra e um apelo à paz”, sobretudo numa altura em que decorrem terríveis conflitos em várias partes do mundo. “O passado ensina-nos a construir o presente e a projetar o futuro. Há muitas lições a aprender com a história da Humanidade. Todavia vivemos num mundo que se quer moderno e evoluído, mas que parece não ter aprendido nada com os erros do passado. É necessário aliviar o sofrimento das pessoas, das crianças, dos idosos, de todos aqueles que se veem no seu dia-a-adia encurralados pela guerra”, sublinhou Vítor Aleixo. Para que a sociedade seja “mais justa, pacífica e humana” é necessário “repudiar o nacionalismo, o militarismo, o preconceito, o xenofobismo, o radicalismo, o fundamentalismo e, claro, todas as formas de exclusão social”, notou o autarca.
O representante do Núcleo de Loulé da Liga dos Combatentes, Sargento-Mor Leal, destacou o trabalho da instituição na promoção dos valores e na luta pela dignidade dos combatentes vivos e pela honra dos que caíram. 
“Continuemos a lutar pelos valores em que acreditamos, a promover a História, a conservação das memórias e a procurar apoios que garantam aos combatentes e famílias o reconhecimento e a solidariedade que à luz dos direitos humanos e dos serviços prestados têm direito”, afirmou o militar.