André Ventura entrou mais tarde na campanha para as eleições autárquicas de domingo, tendo falhado os dois primeiros dias do período oficial devido a uma razão "de natureza pessoal e familiar", que não quis concretizar.
Os primeiros dias da campanha foram dedicados ao sul do país, tendo a caravana passado pelo Alentejo e o Algarve, com uma aposta forte nos concelhos que o Chega venceu nas últimas eleições legislativas, em maio.
Esta semana, o líder do partido começou a subir no mapa e dedicará os últimos dias da campanha ao norte do país, terminando em Viana do Castelo, com o único jantar-comício previsto.
Ainda a sul, André Ventura antecipou que o Algarve vai ser o "grande bastião" do partido e o "início da conquista do país".
No que toca aos objetivos para as eleições de domingo, o líder repetiu várias vezes ao longo da campanha que o seu objetivo é ganhar presidências de câmara, mas recusou apontar um número, e admitiu que se não vencer nenhuma será uma derrota.
O presidente do Chega considerou que o seu partido "vai ser sempre um dos vencedores" das eleições autárquicas e disse querer quebrar "o domínio" de PS e PSD.
André Ventura disse que é com estes partidos que está a disputar as eleições autárquicas e afirmou que seria impensável o seu partido eleger menos presidentes de câmara do que a CDU ou o CDS.
Ventura disse também que assumirá a responsabilidade pelo resultado do partido, colocando a fasquia na aproximação do número de votos ao das legislativas, um milhão e 400 mil.
A volta nacional do Chega tem optado por participar em arruadas e momentos de contacto com a população, nos quais tem sido o centro das atenções, com apoiantes que o recebem efusivamente e pedem fotografias, vídeos ou autógrafos.
André Ventura tem feito também pequenos comícios ao ar livre, no fim das arruadas, num palco montado pelo partido para o efeito.
Os candidatos autárquicos, muitos dos quais deputados, têm ficado na sombra do líder. Nas arruadas seguem ao lado de Ventura, mas a maioria não prestou declarações, nem aos jornalistas, nem aos apoiantes, e não teve tanta atenção da população.
André Ventura tem também a sua fotografia em todos os cartazes espalhados pelo país, ao lado dos vários candidatos.
Nestas ações, os apoiantes costuma gritar “vitória, vitória”, e é muitas vezes o líder que dá o mote para este cântico.
Até agora, foi em Portimão, Sesimbra e Entroncamento que o Chega teve as arruadas mais participadas, com a participação de algumas centenas de pessoas.
No que toca aos temas, André Ventura apostou em trazer para a campanha bandeiras do partido, como a segurança, a imigração ou as críticas e acusações à comunidade cigana. Em Sabugal, na quarta-feira, foi confrontado por mulheres ciganas que o acusaram de ser racista.
Em termos de propostas, o presidente do Chega anunciou que os autarcas que forem eleitos pelo partido no domingo vão retirar as casas do Estado a todas as pessoas com cadastro.
Depois de ter ficado sem vários dos autarcas que o partido elegeu em 2021, o presidente do Chega deixou um aviso aos candidatos deste ano, e afirmou que, se forem eleitos, "vão ter de fazer diferente" e não podem defraudar as expectativas dos eleitores.
Nas últimas eleições autárquicas, dois anos após a legalização do partido, o Chega teve 208 mil votos e elegeu 19 vereadores.
Lusa