O bancário David Costa é o primeiro candidato do Chega à Câmara de Vila Real de Santo António, projeto que diz abraçar para alterar a situação de “abandono” a que o concelho chegou e “desmistificar” valores atribuídos ao partido.

David Costa, de 41 anos, afirmou à agência Lusa que sente a “responsabilidade de ajudar a desmistificar o que se fala na rua sobre o Chega”, porque o partido “não é racista, xenófobo ou homofóbico, ao contrário do que muitos possam dizer”, assegurou.

“Eu não encontrei ninguém no Chega racista, xenófobo, homofóbico e esses adjetivos todos que nos colocam em cima. Sou uma pessoa que toda a minha vida esteve ligada ao desporto, vivo muito com os valores do espírito olímpico e todos esses adjetivos, claramente, não se encaixam em mim”, afirmou, lembrando a sua atividade como triatleta federado.

O candidato do Chega destacou, no entanto, que a “principal razão” que o levou a aceitar candidatar-se em Vila Real de Santo António foi a de “estar muito insatisfeito com a atual situação da autarquia”, uma das 16 do distrito de Faro.

Quanto às perspetivas em termos de resultados, David Costa disse que o objetivo é vencer e assegurar que o partido tem representação nos distintos órgãos autárquicos.

“Nós queremos ganhar, queremos marcar posição em todos os órgãos autárquicos, quer na Câmara, quer na Assembleia Municipal, quer nas Assembleias de Freguesia”, definiu o candidato, referindo que “a votação real do Chega nunca se revê nas sondagens” porque “as pessoas têm medo de dizer que vão votar” na formação política liderada por André Ventura.

David Costa tem já como rivais conhecidos Luís Gomes, ex-presidente da autarquia que volta a candidatar-se pelo PSD, Álvaro Araújo, pelo PS, Álvaro Leal, que se recandidata pela CDU, Celeste Santos, do BE, e Marcelo Jerónimo, pelo movimento independente Construir o Futuro.

Para candidato, é bom para Vila Real de Santo António, “haver vários candidatos e múltiplas opções de escolhas”, uma vez que “há espaço para todos, e todas as forças políticas – e neste caso o mais importante é Vila real de Santo António –querem com certeza dar o seu contributo da melhor maneira”.

David Costa fez também referência à “péssima” gestão feita nos últimos 16 anos pela maioria PSD, primeiro com Luís Gomes na presidência (2005 a 2017) e depois com Conceição Cabrita (2017 a 2021), que renunciou ao mandato depois de ter sido detida no âmbito de um caso de corrupção na venda de um terreno da autarquia.

“Em relação à gestão autárquica, a melhor maneira de fazer a avaliação é ver os relatórios do FAM [Fundo de Apoio Municipal]. Ano após ano, o FAM diz claramente que a gestão não tem sido boa, pelo contrário, tem sido péssima, não têm sido cumpridas as metas orçamentais e a coisa não está a correr bem”, criticou.

Apesar de admitir que a recuperação financeira é uma prioridade no município, David Costa considerou que “nunca se pode esquecer a população”, mas advertiu que esse trabalho só pode ser feito com “esforço e muito rigor nas despesas”.

Nas últimas eleições para a Câmara de Vila Real de Santo António, em 2017, o PSD venceu com maioria absoluta e obteve quatro dos sete eleitos em disputa, contra dois do PS, segunda força mais votada, e um da CDU.

Este ano, as autárquicas ainda não têm data, mas, segundo a lei, ocorrem entre setembro e outubro.