O técnico de reinserção social Alexandre Pereira é o candidato do PAN à Câmara de Olhão, que espera que as eleições autárquicas de 26 de setembro deem ao partido representação em todos os órgãos autárquicos a que concorrem.

Formado em Engenharia do Ambiente mas atualmente a trabalhar na Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais, o candidato disse à Lusa que aceitou liderar a candidatura àquela autarquia para “dar voz às causas” que o PAN e ele “defendem” e alterar a forma de trabalho que existe atualmente no município.

O candidato, de 41 anos, casado e com três filhos, considerou ser necessário “trabalhar de fora para dentro”, e não de “dentro para fora” e em “piloto automático”, garantindo que irá “ser a voz de todas e todos os olhanenses” e “levar para o debate político temas que são constantemente deixados para trás”.

“Trabalhar de fora para dentro é sentir a terra, como povo e com o povo, ouvir as pessoas e as suas necessidades, compreender as principais preocupações, ser humilde o suficiente para aceitar opiniões diferentes e, acima de tudo, ter uma visão do município em 360 graus, pois mesmo sendo eleito por uma parte, representamos sempre um todo”, declarou.

O candidato do PAN considera que a sua candidatura é “a primeira verdadeiramente ambientalista e progressista” naquele concelho do distrito de Faro, prometendo “lutar pelos direitos sociais e humanos, pela preservação do ambiente, e pelo bem-estar animal”.

“E, para isso, acredito que na noite de 26 de setembro iremos assegurar representação em todos os órgãos aos quais nos candidatamos. Mais do que minha, será uma vitória das pessoas de Olhão, de todos os animais e do nosso ambiente natural”, sublinhou.

Na vertente económica, Alexandre Pereira considerou que o concelho de Olhão precisa de uma “diversificação”, porque a atividade “está centrada em setores sazonais e maioritariamente localizada na frente ribeirinha”.

Por outro lado, defende, é necessária uma “aposta séria no setor primário ligado à atividade agrícola local e sustentável” e em “culturas com baixa utilização de recursos hídricos”, dada a “progressiva escassez de água com que o Algarve se está a defrontar”.

As “enormes dificuldades para arrendar casas” devido aos preços “inflacionados” é outra das preocupações do candidato do PAN, que nota que este fator não está a permitir a fixação de jovens casais, com o consequente envelhecimento populacional.

“É por isso urgente definir estratégias que estimulem a fixação de jovens casais no concelho, medidas para a habitação, emprego e melhores condições para criar e educar os nossos filhos”, defendeu.

Alexandre Pereira assumiu ainda “o compromisso de reforçar os direitos dos animais no município” e de apostar num plano de igualdade de género que permita ajudar a combater o “flagelo” da violência doméstica.

O PAN pretende ainda aliviar a fatura de resíduos a quem faz separação corretamente e separar a tarifa de resíduos da do consumo de água.

Outro dos seus projetos é promover uma rede de hortas e pomares urbanos e comunitários, e “renaturalizar e restaurar áreas degradadas e abandonadas”, como a antiga Estação de Tratamento de Águas Residuais, já desativada.

Alexandre Pereira tem já como adversários conhecidos o atual presidente da Câmara, António Pina (PS), que procura a reeleição para um terceiro e último mandato, Álvaro Viegas (PSD), Roberto Silva (BE), Jorge Costa (CDU) e Ricardo Moreira (Chega).

Nas últimas eleições autárquicas, em 2017, o PS venceu com maioria absoluta, obtendo 51,75% dos votos e conquistando cinco dos sete eleitos, contra os dois obtidos pela coligação PSD/CDS-PP/MPT/PPM, segunda força mais votada, com 26,05%.

O BE foi a terceira força política mais votada, com 7,95%, e da CDU, quarta, com 7,89%.

 

Por: Lusa