Durante uma arruada em Braga, o presidente do Chega foi questionado pelos jornalistas qual é a meta do partido para domingo.
“Ganhar, o Chega vai sempre para ganhar, a meta é ganhar. Não temos outra meta que não seja ganhar. O Chega tornou-se o líder da oposição, o líder da oposição tem de querer ganhar. Em Braga, no Porto, no Algarve, em Ponta Delgada, ganhar”, afirmou.
Questionado sobre o facto de o Chega não liderar nenhuma câmara, apesar de ter conseguido eleger 19 vereadores nas últimas eleições autárquicas, o líder assinalou que em 2021 o partido tinha apenas um deputado e agora tem 60 e é “o segundo maior partido do país”.
“O segundo maior partido do país quer sempre ganhar, não tem outro fito senão ganhar”, insistiu, voltando a não estabelecer um objetivo de quantos municípios quer ganhar.
Defendendo que “não há nenhuma campanha com a energia que esta tem, não há nenhuma campanha com o apoio popular que esta tem”, André Ventura considerou que esse é um “sinal da força” do Chega.
“Eu acho que foi uma grande campanha e que não houve muitas campanhas com esta energia na história do país”, defendeu.
E assinalou que a volta nacional do partido nesta campanha passou em “terras muito pequenas” onde o partido tem mais hipóteses, mas também “em terras muito grandes, onde é mais difícil vencer”.
“Queremos ganhar em todo o lado, e vamos lutar por isso no domingo”, indicou.
“Agora, humildemente, vamos aguardar por domingo e vamos ver os resultados”, afirmou.
Nestas declarações aos jornalistas, o líder do Chega disse também que a rede social Tik Tok, onde tem uma forte presença, ameaçou “banir” a sua conta devido a dois vídeos que publicou. André Ventura considerou que é “um ato de censura inaceitável e de cancelamento político”.
No último dia de campanha para as eleições autárquicas de domingo, a volta nacional do Chega voltou a subir no mapa e começou o dia com uma arruada em Braga, que contou com bombos e mais de uma centena de pessoas.
Ao longo do percurso, entre o Arco da Porta Nova e a Praça da República, os apoiantes gritaram pelo líder, pelo candidato à presidência da câmara de Braga, Filipe Aguiar, e também “vitória, vitória”.
Já perto do final da arruada, André Ventura foi abordado por um apoiante que queria transmitir o seu apoio.
“Tem de mudar isto. Nós, o Chega, é que temos de mudar isto. É em si que nós acreditamos. Um dia a gente vai ganhar, não podemos é desistir”, disse, com o líder a responder: “Havemos de ganhar, não vamos desistir”.
Mais à frente, Ventura voltou a ser abordado por um homem da comunidade cigana, que disse que trabalha e queixou-se de discriminação e de generalização.
“Eu amo-o como pessoa, mas sou contra o que diz, porque todos somos seres humanos”, afirmou, defendendo que “o cigano não é um demónio”.
O presidente do Chega insistiu que “têm de cumprir regras” e “tenham deveres”.
“Não pode justificar os assaltos a estabelecimentos, a violência, os casamentos com 12 anos com racismo. Pode dizer-me que há dificuldades de integração, mas os senhores não contribuíram para essa integração, mas para se desintegrarem ainda mais e querer privilégios a parte. Posso estar enganado, é o que eu acho”, respondeu o líder do Chega.
No final da conversa, André Ventura disse que as duas opiniões podem “conviver democraticamente” e os dois apertaram as mãos.
Lusa