Balé Teatro Guaíra regressa a Portugal com coreografias que refletem as transformações do mundo atual

18/03 (terça-feira) | 21h | Cineteatro Louletano
Após 43 anos, o Balé Teatro Guaíra regressa a Portugal com coreografias que refletem as transformações do mundo atual
Apresentações de V.I.C.A. e Castelo em quatro cidades portuguesas reforçam o diálogo cultural entre os dois países
Quatro décadas passaram desde que os passos precisos e vibrantes do Balé Teatro Guaíra (BTG) pisaram os palcos portugueses. Em março de 2025, a companhia paranaense regressa a Portugal para transformar o movimento em poesia, com coreografias que refletem um mundo em constante mutação. V.I.C.A. e Castelo traduzem o espírito do nosso tempo através da potência da dança contemporânea brasileira e serão agora apresentadas ao público de Leiria, Loulé, Torres Vedras e Torres Novas.
Através da parceria entre o Centro Cultural Teatro Guaíra, a Associação Brasileira de Apoiadores Beneméritos do Teatro Guaíra e o Arte Institute, a digressão será a primeira em solo português desde 1982. A viagem não só marca o regresso da companhia a Portugal após 43 anos, mas também reforça ainda mais o diálogo cultural entre o Brasil e a Europa, consolidando o prestígio internacional do Balé Teatro Guaíra (BTG), que já encantou mais de 1 milhão de pessoas em espetáculos realizados no Brasil e no mundo. No total, 12 bailarinas e bailarinos participarão nas apresentações que ocorrerão nos dias 14, 18, 21 e 22 de março.
Para o diretor-presidente do Centro Cultural Teatro Guaíra – CCTG, Cleverson Cavalheiro, iniciar a temporada da companhia com apresentações em Portugal é uma honra, especialmente com duas coreografias que já foram muito bem recebidas pelo público do outro lado do Atlântico. “Temos a certeza de que o público se emocionará com estas belíssimas produções”, afirma.
RELAÇÃO ARTÍSTICA COM PORTUGAL
Como destaca o diretor artístico do CCTG, Áldice Lopes, a digressão do Balé Teatro Guaíra em Portugal é a continuidade de uma relação artística iniciada em 1979, quando Carlos Trincheiras, após anos na Fundação Gulbenkian, assumiu a direção da companhia paranaense. Durante 14 anos, ele promoveu um intercâmbio que resultou em espetáculos marcantes, como O Trono e Mandala de Maria Bueno, ambos beneficiados por colaborações da instituição portuguesa. Mais tarde, essa ligação levou O Grande Circo Místico ao Coliseu dos Recreios, em Lisboa, ampliando ainda mais o alcance do BTG no cenário internacional.
Agora, com apresentações em quatro cidades portuguesas, a companhia reforça esse laço. “Esta digressão é uma consequência natural do que foi construído ao longo dos anos. Desde 1979, esta relação tem-se desenvolvido, e continuamos a expandir os nossos horizontes com esta nova jornada”, afirma Áldice Lopes. Para ele, o intercâmbio entre o Brasil e Portugal, especialmente no campo da dança, é um exemplo da potência que a cultura tem para unir territórios e atravessar gerações.
As coreografias refletem experiências recentes na história da humanidade: V.I.C.A., da coreógrafa Liliane de Grammont, marcou o regresso do BTG aos palcos após a pandemia e transforma o caos em movimento com uma banda sonora vibrante e foco na coletividade. Já Castelo, coreografia de Alessandro Sousa Pereira, aborda as defesas emocionais em tempos incertos e oferece um olhar sobre a tensão entre proteção e vulnerabilidade, evocando a ideia de que os nossos próprios "castelos" emocionais podem ser tanto refúgios quanto prisões.
Na visão do Diretor do Balé Teatro Guaíra, Luiz Fernando Bongiovanni, o programa trazido para a digressão visa colaborar para gerar consciencialização e transformar a realidade. “Para nós, parece relevante propor conteúdos que possam acender um diálogo interno e externo para refletir sobre a existência através de um espetáculo de dança, teatro, música e texto. Esta tem sido uma das diretrizes fundamentais desta gestão do Balé Teatro Guaíra”, afirma.
A digressão do BTG por Portugal é viabilizada através da Lei de Incentivo à Cultura, com o patrocínio da Sanepar e Compagas, produção internacional do Arte Institute e realização da Associação Brasileira de Apoiadores Beneméritos do Teatro Guaíra, PalcoParaná, Centro Cultural Teatro Guaíra, Secretaria de Estado da Cultura, Governo do Estado do Paraná, Ministério da Cultura e Governo Federal: Brasil, União e Reconstrução.
HISTÓRIA EM LISBOA
Além da digressão, a viagem também será marcada por uma exposição fotográfica no Aeroporto Internacional Humberto Delgado, em Lisboa. As imagens apresentarão ao público que transitará pelo espaço a história da companhia, sendo que a maioria delas integra o livro Balé Teatro Guaíra – 52 anos de uma história da dança paranaense, escrito pela historiadora Cristiane Wosniak e lançado em 2022. Entre os registos, estão fotografias de autores como Cayo Vieira, Gastão Lima, Tom Lisboa, Marcos Pereira, Sergio Vieira e Vitor Dias.
Fundado em 1969, o Balé Teatro Guaíra é a terceira companhia pública mais antiga do Brasil e um dos pilares da dança no país. Com mais de 150 coreografias no seu repertório, o BTG já passou por 200 cidades, 17 estados e 5 países. Sucessos como O Grande Circo Místico, Lendas do Iguaçu e O Lago dos Cisnes marcam a sua trajetória e consolidam a companhia como referência artística no Brasil e no mundo.
PROGRAMAÇÃO
Apresentações:
Leiria
14/03 (sexta-feira)
21h
Teatro Miguel Franco
(R. Dr. Correia Mateus 40, 2400-137 Leiria, Portugal)
Loulé
18/03 (terça-feira)
21h
Cineteatro Louletano
(R. Dr. Frutuoso da Silva, 8100-501 Loulé, Portugal)
Torres Vedras
21/03 (sexta-feira)
21h30
Teatro-Cine de Torres Vedras
(Av. Ten. Valadim 19, 2500-809 Torres Vedras, Portugal)
Torres Novas
22/03 (sábado)
21h30
Teatro Virgínia
(Largo José Lopes dos Santos, 2350-686 Torres Novas, Portugal)
Exposição de fotografias do BTG
Última semana de fevereiro a meados de março
Área de desembarque do Aeroporto Humberto Delgado
(Alameda das Comunidades Portuguesas, 1700-111 Lisboa, Portugal)
Observação: Posteriormente, a exposição será transferida para os teatros de Leiria, Torres Vedras e Torres Novas, juntamente com as apresentações, e retornará ao aeroporto até final de abril.
Balé Teatro Guaíra
O Balé Teatro Guaíra é a terceira companhia de dança mais antiga do Brasil, fundada em 1969 pelo Governo do Paraná. Ao longo dos seus 55 anos de história, apresentou mais de 150 coreografias, incluindo grandes sucessos de público e crítica, como O Grande Circo Místico, Lendas do Iguaçu, O Segundo Sopro e O Lago dos Cisnes. Entre os seus diretores constam nomes renomados como Ceme Jambay, Yurek Shabelewski, Hugo Delavalle, Eric Valdo, Carlos Trincheiras, Isabel Santa Rosa, Jair Moraes, Marta Nejm, Cristina Purri, Suzana Braga, Carla Reinecke, Andreia Sério, Cintia Napoli, Pedro Pires e, atualmente, Luiz Fernando Bongiovanni. O Balé Teatro Guaíra tem realizado ao longo desses anos uma contribuição expressiva para o desenvolvimento da dança no Paraná e no Brasil. É um organismo vivo que, em constante transformação, constrói a sua história a partir de produções que refletem diferentes formas de pensar a arte e a própria vida. Um olhar breve sobre a produção da companhia ao longo destes anos permite afirmar que a companhia tem realizado – com excelência – a sua função principal: produzir e levar a arte da dança ao estado do Paraná e ao Brasil.
Monique Dutra