Os Bancos Alimentares Contra a Fome recolheram no passado fim de semana (3 e 4 de dezembro) um total de 2.129 toneladas de géneros alimentares na campanha realizada em mais de 2.000 superfícies comerciais de todo o País.

 

42 mil voluntários responderam à chamada, dando prova de generosidade e comprometimento, desta vez de forma ainda mais evidente dadas as condições meteorológicas adversas, nesta iniciativa de voluntariado bem conhecida e acarinhada pelos Portugueses e que se realizou pela 50ª vez e não tem, ao nível da dimensão, qualquer paralelo no nosso País.

“Os milhares de quilos de alimentos doados e o número de voluntários envolvidos mostram que as pessoas responderam uma vez mais ao apelo, partilhando com as famílias que não têm pão na sua mesa. Apesar das grandes dificuldades pelas quais passam ainda muitas famílias portuguesas, inumeros são aqueles que não se conformam e estão disponíveis para partilhar e assim ajudar a minorar as dificuldades dos seus concidadãos. Os portugueses querem contribuir de uma forma construtiva, coesa, cívica e solidária para a resolução dos problemas, na medida das suas possibilidades e quando os projetos são claros e mobilizadores”, afirmou Isabel Jonet, Presidente da Federação dos Bancos Alimentares Contra a Fome.

Para além dos produtos básicos, como o leite, o arroz, o azeite, as massas, os enlatados e os cereais, nesta campanha foram doados alimentos que permitirão alegrar a mesa de Natal, como bacalhau, chouriço ou chocolates, numa clara expressão de partilha.

Até 11 de dezembro: campanha “Ajuda Vale” e site de doações online Todas as pessoas que não tiveram oportunidade de doar alimentos no fim de semana, podem ainda, ao longo da próxima semana, até 11 de dezembro, contribuir online, no site www.alimentestaideia.pt , a plataforma de recolha de alimentos na internet.

Prossegue também até à mesma data a Campanha “Ajuda Vale”, nas lojas Pingo Doce/Feira Nova, Dia/Minipreço, El Corte Ingles, Jumbo/Pão de Açúcar,Lidl e Modelo/Continente, onde serão disponibilizados, em suportes próprios, cupões-vale de produtos selecionados (azeite, óleo, leite, salsichas, atum e esparguete).

Voluntariado em ação

Mais de 42 mil voluntários disponibilizaram algum do seu tempo durante o fim-de-semana para participar na campanha de recolha. Tarefas como a recolha nos estabelecimentos comerciais, o transporte, pesagem e separação dos produtos, foram integralmente asseguradas por voluntários, confirmando, assim, a adesão entusiástica ao projeto dos Bancos Alimentares Contra a Fome. Os géneros alimentares recolhidos serão distribuídos a partir da próxima semana a mais de 2.700 Instituições de Solidariedade Social, que os entregam a 426 mil pessoas com carências alimentares comprovadas, sob a forma de cabazes ou de refeições confecionadas.

Alguns dados relativos à atividade

Existem atualmente 21 Bancos Alimentares Contra a Fome (Algarve, Aveiro, Beja, Braga, Castelo Branco, Coimbra, Cova da Beira, Évora, Leiria-Fátima, Lisboa, Oeste, Portalegre, Porto, Santarém, Setúbal, S. Miguel, Viana do Castelo, Viseu, Terceira, Madeira, cuja atividade se prolonga ao longo de todo o ano. Para além das campanhas de recolha em supermercados, organizadas duas vezes por ano, os Bancos Alimentares recebem, diariamente, excedentes alimentares doados pela indústria agroalimentar, pelos agricultores, pelas cadeias de distribuição e pelos operadores dos mercados abastecedores. São assim recuperados produtos alimentares que, de outro modo, teriam como destino provável a destruição. Estes excedentes são recolhidos localmente e a nível nacional no estrito respeito pelas normas de higiene e de segurança alimentar. Deste modo, para além de combaterem de forma eficaz as carências alimentares, os Bancos Alimentares Contra a Fome lutam contra uma lógica de desperdício e de consumismo, apanágio das sociedades atuais.

Em 2015, os vinte e um Bancos Alimentares Contra a Fome operacionais distribuíram um total de 27.370 toneladas (com um valor global estimado superior a 38 milhões de euros), ou seja, um movimento médio de 110 toneladas por dia útil.

Recolha nacional, ajuda local

Os Bancos Alimentares Contra a Fome distribuem, ao longo de todo o ano, os géneros alimentares recorrendo a Instituições de Solidariedade Social por si selecionadas e acompanhadas em permanência por voluntários dos Bancos. Estas realizam visitas domiciliárias e asseguram um acompanhamento muito próximo e individualizado de cada pessoa ou família necessitada, de forma a ser possível efetuar, em simultâneo, um verdadeiro trabalho de inclusão social.

A atividade dos Bancos Alimentares norteia-se pelo princípio genérico da “recolha local, ajuda local”, aproximando os dadores dos beneficiários e permitindo uma proximidade entre quem dá e quem recebe. Possibilita o encontro entre voluntários e instituições beneficiárias, por um lado, e entre fornecedores da indústria agroalimentar, empresas de serviços, poderes públicos e o público em geral, em especial durante os fins de semana das campanhas de recolha, em que todos trabalham lado a lado por uma causa comum: a luta contra as carências alimentares e a fome.

Há 25 anos, em 1991, foi aberto em Portugal o primeiro Banco Alimentar Contra a Fome e estão atualmente em atividade no território nacional 21 Bancos Alimentares, congregados na Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares, com o objetivo comum de ajudar as pessoas carenciadas, pela doação e partilha.

 

Por Banco Alimentar contra a Fome