A 15 de Julho de corrente ano iniciaram-se os trabalhos de afundamento do canal da Ria Formosa junto a Cabanas de Tavira e na Barra de Tavira. Os lodos removidos destes locais foi foram colocados em Cabanas de Tavira, sobre a areia, junto à marginal e à rampa utilizada pelos barcos táxi aquáticos.
Este é um dos locais da Vila de Cabanas de Tavira por onde mais pessoas circulam, onde está instalada uma considerável quantidade de comércio variado e restauração e onde se concentra a oferta do transporte para a praia atlântica de Cabanas.
O mau cheiro do lodo em apodrecimento e a atração de mosquitos pela matéria orgânica em decomposição, provocam mal-estar e inquietação por parte dos turistas que escolheram a Vila de Cabanas para gozarem o seu momento de férias.
As consequências negativas na restauração, na hotelaria e na própria imagem de Cabanas de Tavira como destino turístico, são evidentes e sentidas por todos, residentes e veraneantes. Também os profissionais da pesca viram a sua vida dificultada com o
amontoado de lodos junto às suas embarcações. Em alguns casos foram mesmo impedidos de trabalhar.
População, comerciantes e turistas têm vindo a mostrar o seu desagrado por tal situação, sobretudo nas redes sociais onde há relatos que muito prejudicam Cabanas de Tavira como destino turístico.
O Bloco de Esquerda esteve junto da comunidade Cabanense e tomou conhecimento do desconhecimento pela realização desta operação, tanto por parte da Junta da União de Freguesias de Conceição e Cabanas de Tavira, como por parte de alguns vereadores da Câmara Municipal de Tavira.
Parte da vereação deslocou-se ao local e em resposta à inquietação da população terá dito que “com o tempo e com a maré, o problema resolve-se”. O Bloco de Esquerda lamenta toda esta situação e a forma como tem vindo a ser acompanhado por parte do executivo da Câmara Municipal de Tavira, sendo urgente dar respostas à comunidade Cabanense e anulando a imagem negativa de Cabanas de Tavira.
Cabanas de Tavira é uma vila piscatória, cuja população iniciou a sua conversão à subsistência por via do turismo há várias décadas, de forma gradual , sendo atualmente é a atividade turística é a base da economia local e o principal meio de subsistência da grande
maioria da comunidade . Nunca é demais recordar que os Cabanenses não têm ao longo do ano outros três (3) meses como estes.
O Deputado Municipal eleito pelo Bloco de Esquerda na Assembleia Municipal de Tavira,
ao abrigo do disposto na alínea d) do n.º 2 do artigo 25.º do Anexo I da Lei n.º 75/2010, de 13 de Setembro, do artigo 4.º da Lei n.º 24/98, de 26 de Maio e das normas regimentais em vigor, vêm por este meio requerer ao Senhor Presidente da Assembleia Municipal de Tavira que diligencie junto do Senhor Presidente Câmara Municipal de Tavira para que este responda às seguintes questões:
1– Tem conhecimento da realização da obra de dragagem? Sabe quem é a entidade responsável pela obra?
2 - Houve parecer positivo da Câmara Municipal de Tavira para a realização da obra nesta época do ano?
3 – Qual o parecer da Câmara sobre a localização das lamas retiradas?
4- Que medidas se propõe a Câmara Municipal de Tavira tomar para minimizar, ou mesmo anular, os efeitos negativos para a vida dos cidadãos de Cabanas e para a imagem de Cabanas de Tavira como destino turístico?
Deve o Senhor Presidente da Câmara Municipal responder, em tempo útil e de modo a permitir a sua apreciação na sessão seguinte da assembleia municipal, aos pedidos de informação apresentados por esta (artigo 35.º, n.º 1, alínea s) do Anexo I da Lei n.º 75/2010, de 13 de Setembro).
Por Artur Sanina, Deputado Municipal eleito pelo BE na AM de Tavira
