Os próximos dias são para lembrar o grande herói de Albufeira, que foi Vicente Simões de Carvalho, filho do médico do castelo de Albufeira, onde nasceu em 1590

Não seguiu a vocação do pai e acabou por “servir a Deus” em terras a Oriente. Foi um dos mártires do Japão no séc. XVII, vindo a ser beatificado dois séculos depois. A sua estátua, no Largo Jacinto D’Ayet, da autoria do célebre Vasco da Conceição, está na lista dos “10 Melhores Monumentos do Algarve”.

A partir da próxima sexta-feira, dia 30 de agosto, e até terça-feira, 3 de setembro, os albufeirenses celebram o seu grande “herói”: o Beato Vicente, através das festas que lhe consagram anualmente no mês de setembro. 
Do programa litúrgico, destaque para a Eucaristia Solene (Igreja Matriz) em honra do Beato Vicente de Santo António, seguida de Procissão a partir das 17h00 de domingo, primeiro dia de setembro. No dia 3, terça-feira, esta Eucaristia volta a ser celebrada, em Solenidade, às 19h00 na Igreja Matriz, por ser este o dia de aniversário do seu martírio. Vicente de Santo António foi beatificado na Igreja Católica pelo Papa Pio IX a 7 de julho de 1867 e tornou-se padroeiro de Albufeira em 1965.
 
Vicente Simões de Carvalho (Albufeira, 1590-Nagasaki, 1632) nasceu no Castelo de Albufeira. Os seus pais, o médico António Simões e Catarina Pereira, enviaram-no para Lisboa aos 14 anos de idade para fazer Medicina, mas depressa o jovem albufeirense se dedicou a outras matérias, nomeadamente, artes e Teologia. Foi ordenado sacerdote aos 27 anos de idade. Em 1523 foi para o Japão, onde viu-se obrigado a mudar de traje e de nome, fazendo-se passar por caixeiro ambulante pelas ruas de Nagasaki para poder entrar nas casas, evangelizar e encorajar os cristãos perseguidos. Tendo passado por Espanha, México e Filipinas, acabou martirizado no Japão a 3 de Setembro de 1623, juntamente com outros cristãos.
 
A “descoberta” deste “herói” de Albufeira ocorreu nos anos 60 do século XX, por investigação do então pároco de Albufeira, Pe. José Manuel Semedo Azevedo, que em 1965 promoveu um dos maiores cortejos até então vistos, em honra do Beato da terra, juntando os mais altos representantes das elites religiosas, governamentais, turísticas e culturais de Portugal e do Japão: Neste cortejo que celebrava o 333.º ano do martírio e o 98.º da beatificação, participaram centenas de figurantes, a maioria de Albufeira. É neste ano que surge a primeira imagem do Beato Vicente, tendo sido benzida e colocada na Igreja Matriz como “Celeste Padroeiro” de Albufeira.
 
A 3 de setembro de 1967 é inaugurada no Largo Jacinto d’Ayet uma estátua em bronze do já consagrado escultor neorrealista Vasco da Conceição (1914-1992), a partir de um esboço do pintor albufeirense Samora Barros (1887-1972). Nesse ano, o cónego José Cabrita edita, juntamente com o Pe. Semedo Azevedo, as primeiras “Cartas do Japão” do Beato Vicente.
Atualmente, esta estátua é dos locais mais fotografados pelos turistas em Albufeira, estando incluída na lista dos “10 Melhores Monumentos do Algarve” pela TripAdvisor. 
 
 
Por: CM Albufeira