D. Manuel Quintas empossou no passado sábado, na igreja matriz de Vila Real de Santo António, o padre José Armando Vieira da Silva, da congregação dos Sacerdotes do Coração de Jesus (dehonianos), como pároco in solidum (solidário) das paróquias de Altura, Azinhal, Cacela, Castro Marim, Monte Gordo, Odeleite e Vila Real de Santo António.
No domingo, o prelado presidiu à tomada de posse do padre Flávio Martins como pároco de Albufeira na igreja matriz.
Nas celebrações, o bispo do Algarve voltou a esclarecer que o sentido da expressão «tomada de posse». “A palavra posse pode criar alguma confusão. Não devemos ver o pároco como «dono» ou «patrão» de uma paróquia, como alguém que vai tomar posse de alguma coisa. De certa maneira é ao contrário: a paróquia é que vai tomar posse do pároco. Mais do que tomar posse de alguma coisa, trata-se de ficar ao serviço, é o início do ministério”, explicou.
Lembrando que, “o maior bem para um pároco que inicia a sua atividade numa paróquia são as pessoas”, D. Manuel Quintas destacou que “o padre é um pai”. “E mãe também deve ser. Deve ter sempre no seu coração aqueles que lhe são confiados, ininterruptamente, sem folgas”, acrescentou, lembrando que “o padre deve viver totalmente para os outros”. “É por isso que se consagra a Deus e àqueles que Ele lhe confia. O padre deve ser aquele que é sinal de Deus no meio do seu povo”, explicou, considerando que “não é uma missão fácil”. “Precisa necessariamente da força de Deus, mas também da vossa força, apoio, oração e colaboração”, pediu.
O bispo diocesano agradeceu e estimulou os leigos que trabalham nas paróquias nos diferentes lugares a renovarem esse “serviço de doação e entrega” para construírem com os párocos comunidades vivas. “Quanto mais estes serviços estiverem distribuídos por todos, mais a paróquia é uma paróquia viva. Quando é que uma paróquia é viva? Quanto mais fraterna, eucarística e missionária for”, advertiu.
Em Albufeira, D. Manuel Quintas manifestou a gratidão ao cónego José Rosa Simão, pároco cessante, por quase 48 anos naquela paróquia. “É muito difícil dizer em poucas palavras aquilo que nos vai na alma neste momento como sinal de reconhecimento e de gratidão por este tempo tão longo, tão intenso e vivido a todos os níveis aqui no meio de vós. Estamos imensamente gratos e reconhecidos, eu, como bispo de toda a diocese, e penso que transmito também os vossos sentimentos”, afirmou.
O cónego José Rosa Simão manifestou a sua disponibilidade para colaborar com o sucessor. “Estamos mais ricos porque temos agora mais um padre que é o vosso e o meu prior. Estou muito contente por este momento há tanto tempo esperado. Quero dizer que pode contar comigo, com a minha lealdade, amizade e desejo de o ajudar”, afirmou.
O padre Flávio Martins agradeceu a Deus pelo “dom do ministério sacerdotal que concede à sua Igreja”, aos que o acompanharam, ao bispo diocesano pela “confiança” no serviço que lhe pede e ao seu antecessor. “Que de uma maneira nova e diferente possamos continuar a contar com a sua colaboração e serviço”, pediu, agradecendo ainda o acolhimento da paróquia de Albufeira. “Não trago grandes projetos. O único que trago neste momento é o evangelho e é desse que devem nascer todos os outros”, afirmou no final da celebração na igreja completamente lotada.
As eucaristias de tomada de posse dos novos párocos prosseguiram com a leitura dos decretos de nomeação, com a profissão de fé dos novos priores com o juramento de fidelidade ao colégio presbiteral, ao bispo, ao papa e a toda a Igreja, com a entrega simbólica das chaves das igrejas e a leitura e assinatura dos autos de posse (atas), com a renovação das promessas sacerdotais e a passagem pela pia batismal, pelo confessionário e pelo sacrário, tendo sido também convidados a sentarem-se na cadeira da presidência.
Por: Folha do Domingo