«O bloco de partos/maternidade de Portimão tem vindo a encerrar, de forma constante, ao longo de diversos períodos, por falta de pediatras.
Um desses períodos foi na quadra do Natal e do Ano Novo. Segundo o Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA), que integra os hospitais de Faro, Portimão e Lagos, a carência de médicos pediatras conduziu a uma reorganização dos serviços articulada entre as unidades hospitalares de Faro e de Portimão durante o período de final do ano, “de forma a garantir os melhores cuidados de saúde à população”.
 
Durante o referido período o atendimento nas urgências de pediatria no Hospital de Portimão foi assegurado por médicos não especialistas, funcionando como serviço de urgência básico, sendo o internamento realizado pelo Serviço de Urgência Pediátrica de Faro. Referiu ainda o CHUA que tem estado a trabalhar para resolver a falta de recursos humanos mediante a contratação de novos profissionais para o ano de 2023.
 
As intenções e afirmações do CHUA caem pela base e só servem para desculpabilizar o governo pelas graves responsabilidades que tem ao deixar degradar os serviços na maternidade de Portimão, em risco de total encerramento. Com efeito e segundo veio a público recentemente, o bloco de partos de Portimão encerra aos fins de semana até abril, obrigando as grávidas com mais de 22 semanas de gestação a deslocar-se ao hospital de Faro, a 70 quilómetros de distância.
 
Trata-se de uma situação inaceitável, de extrema violência para as parturientes e que coloca em causa o SNS no Algarve e, muito em particular, a manutenção do bloco de partos em Portimão.
 
Há grávidas que, do Barlavento algarvio, têm de percorrer mais de 100 quilómetros para chegar à maternidade de Faro.
 
Para solucionar os problemas da maternidade de Portimão, mantendo-a aberta em permanência e com a prestação de bons cuidados, assim como melhorar o SNS na região, torna-se imperioso atacá-los de frente.
 
É necessário mais investimento público, contratar os médicos pediatras e obstetras necessários, além de outros recursos humanos, criar incentivos e valorizar as suas carreiras. Desta forma evita-se a sangria de médicos para o privado e a concorrência desleal com o SNS.
 
Esta é uma responsabilidade que cabe ao poder central, no caso concreto ao governo de maioria absoluta do PS».
 
 
Por: Bloco de Esquerda