Amanhã , quinta-feira dia 23 de setembro, às 18:00 as candidatas e candidatos do Bloco de Esquerda às Autarquias de Faro estarão nas Gambelas, junto da entrada do Campus Universitário para apresentar as suas propostas relativas ao desenvolvimento das atividades económicas e ao emprego.

AS EMPRESAS, O SEU PAPEL SOCIAL E A SUSTABILIDADE

A crise económica e a pandemia COVID19, vieram agravar a situação económica do Algarve e da sua capital em particular. A pouca diversidade do tecido empresarial algarvio e a asfixia condicionada por grandes empresas e negócios ligados a grupos económicos, veio tornar mais difícil o labor de pequenos e médios empresários, condicionando a sustentabilidade das suas empresas, e agravando a situação económica e social, com desemprego, precariedade e dissolução de empresas e postos de trabalho.

Consideramos que a produção de riqueza pelo tecido empresarial da região deve ser alicerçada em empresas de media e pequena dimensão, pelas atividades de pequeno comercio e comercio tradicional, afinal, aquelas que geram emprego estável e duradouro, com direitos e mais valias baseadas em tecnologia moderna e “limpa”, formação laboral, inovação e criatividade, proximidade, justa participação e empenho de trabalhadores, quadros superiores, gestores e empresários.

A economia do Algarve e da cidade de Faro não pode ser apenas centralizada no Turismo, devendo ser diversificada, pelos três setores clássicos e pelos setores emergentes. Deve ser fomentada essa multiplicidade de ramos de produção, com recurso a estudos de procura- localização, com a participação do Município, da Universidade, com as Delegações regionais das estruturas técnicas estatais, com amplos consensos, que englobem empresários, técnicos, trabalhadores, sindicatos e todos os cidadãos.

O trânsito de mercadorias e mais valias, de forma ecológica e sustentável, a descarbonização urgente da produção industrial e agrícola, a criação de um mercado regional de consumo que garanta equilíbrio nas empresas, com a fomentação do emprego e com ganhos regionais e visibilidade nacional: fazer melhor, de forma diferente, com mais emprego, com remunerações e mais valias justas e com contributo fiscal e mecenato transparente e não corruptivo.

O papel social das empresas, como complemento ao papel do Município e das estruturas do setor público, deve implicar uma orientação para a sustentabilidade ambiental, para a criação de postos de trabalho estáveis e duradouros, para a criação de riqueza e mais valias que permita uma vida melhor para todos.

O EMPREGO

A grave situação do desemprego no Algarve, coloca-o como a pior região a nível nacional nos números do emprego. No primeiro trimestre do ano, cerca de 10% dos residentes estavam desempregados.

Acresce a esses números o emprego sazonal, o emprego indiferenciado, o subemprego e o emprego precário, agravado por empresas em dificuldades e regimes de trabalho, em tempos de pandemia COVID19, em que o elo mais fraco foram os trabalhadores.

O Bloco de Esquerda considera que nenhuma cidade “pode ser de todos”, se a injustiça e humilhação do desemprego não for combatida como uma prioridade do Município e dos munícipes.

Seja em que ramo for da atividade económica, não é aceitável a exploração laboral de imigrantes, a produção sem regra baseada em baixos salários e direitos, a ausência de formação profissional e carreira laboral. Não é aceitável a perda de direitos sindicais, a chantagem laboral ou o despedimento. Não é aceitável a política do “colaborador”, onde a mais-valia da força do trabalho se esvazia no dever de “colaboração”.

Compete ao Município a monitorização e o acompanhamento, com as estruturas técnicas nacionais, do flagelo do desemprego e promover a estratégia de o debelar.

PELO PLENO EMPREGO: Promover as atividades económicas conjugando a tradição com a modernidade!

As freguesias de Faro devem ter polos económico de alto valor acrescentado e ambientalmente sustentável. Temos condições para captar indústrias do conhecimento e da cultura. Estas podem criar a riqueza necessária para sustentar as atividades tradicionais de menor valor acrescentado, mas de importância económica e social insubstituível.

Fruto da localização dos Campi da Universidade do Algarve no nosso território, deve o Município facilitar ativamente a fixação de indústrias do conhecimento. A nossa tão mal cuidada Mata do Ludo - Pontal, para além do papel moderador dos efeitos das alterações climáticas e de reserva de biodiversidade, pode constituir um espaço de dinamização as atividades desportivas com significativo impacto económico.