A Universidade do Algarve realizou a 13ª edição das Bolsas de Excelência, numa sessão pública que decorreu, no dia 6 de fevereiro, pelas 15h30, no Grande Auditório Caixa Geral de Depósitos, no Campus de Gambelas.
No ano letivo de 2024/2025, foram atribuídas 107 Bolsas de Excelência, que pagam integralmente a propina do 1.º ano de Licenciatura e/ou Mestrado Integrado, fixada em 697 euros.
 
Esta edição contou com a participação de 57 empresas e entidades e um apoio monetário de 74 579,00€. Desde o seu início, no ano letivo 2012/13, a iniciativa já premiou 774 estudantes, totalizando um apoio de mais de 626 560 euros. 
Todos os alunos que ingressaram na Universidade do Algarve (UAlg) através do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior em primeira opção, com nota de candidatura igual ou superior a 17 valores, foram premiados com uma bolsa de excelência. Nos termos do regulamento, também foram seriados para atribuição de Bolsa os estudantes colocados com a melhor nota, no respetivo curso, que ingressaram com uma nota de candidatura igual ou superior a 15 valores. 
 
“O investimento na Educação não se faz apenas através da transmissão do conhecimento, mas também criando oportunidades, estabelecendo parcerias…” 
 
 
 
Do ponto de vista das entidades e empresas, é muito importante atrair e apoiar o mérito dos alunos. Para Paulo Jorge Evangelista, membro do Conselho de Administração da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Sotavento Algarvio, mais do que um apoio financeiro, estas bolsas representam um voto de confiança no potencial dos estudantes e na certeza de que continuarão a trilhar um caminho de excelência. No seu discurso referiu-se ainda à rede de apoio fundamental que também contribui para este sucesso académico, “a família, os amigos e os professores que ajudaram a moldar estes alunos, instigando a sua curiosidade, o pensamento crítico e a sede de saber”. 
Paulo Jorge Evangelista deixou “um agradecimento à UAlg que com eventos como este reforça o seu compromisso em reconhecer o mérito académico e em fomentar o talento”. Na sua opinião, “o investimento na Educação não se faz apenas através da transmissão do conhecimento, mas também criando oportunidades, estabelecendo parcerias e oferecendo as ferramentas necessárias aos estudantes para que se tornem os grandes profissionais de amanhã”. 
A terminar, destacou o papel crucial das entidades e empresas que, através do seu apoio e investimento, tornam possíveis estas bolsas. “Este contributo não só se reflete na vida dos estudantes, mas também no futuro do mercado de trabalho e da sociedade, pois apostar na formação de excelência é garantir profissionais altamente qualificados, inovadores e capazes de responder aos desafios do mundo atual.”  
 
“Ser aluno de mérito não deve representar apenas boas notas, deve representar o diálogo e compreensão entre colegas...”
 
 
 
Joana Baião, natural de Almada, frequentou a Escola Artística António Arroio, em Lisboa, e ingressou na Universidade do Algarve, em primeira opção, no curso de Imagem Animada, com 19,22 valores. Na opinião da estudante, “ser aluno de mérito não deve representar apenas boas notas, deve representar o diálogo e compreensão entre colegas, a dedicação no trabalho e o respeito pelos professores, pelo ensino e vice-versa.”  Questionada sobre qual a receita para o sucesso académico, considera que os “ingredientes principais são a motivação e a empatia, ou seja, se não houver uma futura profissão, uma vida idealizada, uma paixão como aquela que eu tenho pela arte, que seja então o próprio facto de aprender e ficar a saber o suficiente para ajudar quem não sabe, colega ou não, o motivo para nos dedicarmos. Acredito que a própria partilha de conhecimento é valiosa”. 
No entanto, refere, “não quero de todo passar uma imagem de ingratidão, porque cada apoio e cada bolsa são verdadeiramente valiosos para todos nós, mas isto vai além do sentido financeiro”. Com boa Educação, explica, “teremos bons profissionais, mas, acima de tudo, bons cidadãos. Por isso é que é extremamente relevante motivar o mérito, nunca esquecendo de o possibilitar a todos, através do respeito mútuo e dos investimentos certos”.
Numa sessão que premeia o mérito dos estudantes, Joana terminou o seu discurso deixando agradecimentos: “à Universidade do Algarve, que me tem recebido tão bem e que me ofereceu esta oportunidade de discursar, a todos os apoiantes desta bolsa, aos meus professores que nunca duvidaram da minha motivação para o sucesso e que até a protegeram, aos meus amigos que tornam este percurso tão divertido e, acima de tudo, à minha família, a quem devo tudo”.
 
“É um privilégio poder contar com uma Instituição que tanto colabora com as escolas”
 
 
Como o mérito é também o resultado do trabalho desenvolvido pelos professores, desde o ensino básico ao secundário, culminando no universitário, e como a Universidade do Algarve é um parceiro de todos os agentes educativos, Renata Afonso, diretora da Escola Secundária de Loulé, discursou em representação dos diretores dos agrupamentos de escolas. 
A diretora iniciou o seu discurso mencionando a diversidade geográfica das escolas dos alunos premiados, o que “confirma a atratividade e o excelente trabalho científico e académico que é realizado nesta casa”. Na sua opinião “é um privilégio poder contar com uma Instituição que tanto colabora com as escolas, que se constitui como um reconhecido polo de desenvolvimento para a região do Algarve”.
A diretora destacou o papel fundamental das Escolas no desenvolvimento destes jovens, que, ao longo de 12 anos de escolaridade, se depararam com alguns obstáculos e adversidades, mas souberam-nos ultrapassar com resiliência, espírito de sacrifício, empenho e dedicação. “A Escola não é apenas um lugar onde se aprendem conteúdos e conceitos, é um ambiente de formação de valores para o crescimento emocional e para a preparação para o futuro.” 
Ciente das grandes mudanças que ocorreram com a sociedade digital, onde a tecnologia desempenha um papel de extrema relevância em todos os aspetos da nossa vida, incluindo a Educação, Renata Afonso reconhece que também a Escola, onde o professor era o emissor de conhecimentos, e o aluno um mero recetor da informação, está em mudança, ou já terminou. O aluno do seculo XXI pertence a uma nova geração que cresceu com as novas tecnologias e apresenta outros interesses e outras formas de aprender. Neste contexto, salienta, lidar com a diferença na sala de aula é a regra, não a exceção.  “O modo como cada pessoa aprende é tão único como a sua impressão digital, pelo que cada um tem as suas necessidades, potencialidades e interesses distintos.”
A terminar o seu discurso, destacou a importância de, no mundo em transformação, serem cidadãos ativos e interventivos, e, numa alusão à “Pedra Filosofal” de António Gedeão, dirigiu-se aos estudantes, deixando-lhes em conselho: “Nunca abandonem os vossos sonhos, nunca deixem de sonhar”. 
 
“É muito importante estudar, mas também crescer como cidadãos” 
 
 
Paulo Águas agradeceu aos estudantes a escolha desta Universidade para prosseguirem os seus estudos, recordando que a UAlg tem vindo a recrutar nos últimos cinco anos mais de 1500 estudantes, na 1ª fase do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior, ou seja, mais de 90% das vagas disponíveis, apresentando também neste período de tempo uma ocupação superior média nacional, sendo que no presente ano letivo 95% das vagas foram ocupadas na 1ª fase. Estes resultados são, no seu entender, uma prova da confiança dos estudantes e das famílias. 
Dirigindo-se aos estudantes, incentivou-os a lutarem pelas suas causas e a não ficarem indiferentes. “Reflitam bem, não deixem de ser jovens, acreditem naquilo que são e no que podem ser, tenham paixão, é muito importante estudar, mas também é muito importante crescer como cidadãos.” Além do estudo, na sua opinião, existem valores que são muito importantes: o humanismo, a integridade e a seriedade. “O mundo é muito competitivo, mas essa competitividade não nos dever impedir de fazer tudo o que é de bom.” O reitor agradeceu, uma vez mais, às empresas, que apoiam este projeto.   
A terminar referiu-se ao efeito de "contágio" que os estudantes premiados devem ter, impelindo-os a contagiar os seus colegas para o bom desempenho escolar. Mas, acima de tudo, deixa um incentivo: “sejam muito felizes e façam os outros felizes"!
 
 
UAlg