Em declarações à agência Lusa, António Pina disse que o surgimento dessas marcações a tinta nos muros de habitações, com a inscrição “CMO” e cartas aos moradores a pedir para os proprietários demolirem o espaço demarcado “não são da responsabilidade da autarquia” e sublinhou que “nem estão previstas quaisquer demolições de habitações na ilha da Armona” no âmbito do Programa Pólis da Ria Formosa.
“Não temos ideia de quem possa ter sido, mas iremos agir judicialmente conta desconhecidos”, assegurou António Pina, a partir de Barcelona (Espanha), onde está em representação do município algarvio numa convenção de autarcas sobre a modernização administrativa.
Outros núcleos habitacionais das ilhas barreira da Ria Formosa, situada entre os concelhos de Vila Real de Santo António e Loulé, como Farol, Culatra ou Hangares, foram alvo de demolições de habitações ordenadas pelo Ministério do Ambiente no âmbito de um projeto de renaturalização conduzido pela Pólis, dentro da reserva natural da Ria Formosa.
O processo, que estava previsto incidir apenas sobre segundas habitações, causou polémica e protestos dos moradores, críticos das autoridades por, segundo eles, estarem a demolir primeiras residências e deixar famílias desalojadas.
A contestação em tribunais levou a Justiça a suspender as demolições, enquanto são decididos os processos pendentes relativos a providências cautelares.
Questionado sobre se o surgimento das marcações nos muros das casas da Armona causou alguma preocupação juntos dos residentes, António Pina respondeu que “isso não aconteceu porque a autarquia foi muito rápida a desmentir qualquer responsabilidade sobre o que tinha acontecido, tanto em resposta às perguntas da Associação de Moradores como através das redes sociais”.
Por: Lusa