O Núcleo Territorial de Faro da Iniciativa Liberal tem acompanhado com grande preocupação a invasão militar que está presentemente a ocorrer na Ucrânia. «Uma invasão militar que envolveu num manto de guerra um país na Europa com as trágicas consequências para a sua população», refere.

«Não será necessário discorrermos sobre os acontecimentos que se vivem na Ucrânia por estes dias, não queremos de todo fazer analises a razões ou objetivos, queremos só, e somente, dizer: presente! Queremos colaborar, contribuir, ajudar!», escreve em comunicado o Núcleo Territorial de Faro da Iniciativa Liberal.

Seguindo o exemplo de liderança inabalável, confiança e otimismo no futuro que o povo ucraniano tem demonstrado ao longo dos últimos dias, também os restantes europeus se uniram em volta dos princípios e valores basilares que definem a nossa sociedade e união – liberdade, igualdade e solidariedade.

«Os algarvios responderam de forma extraordinária e, desde a primeira hora, organizaram ajudas humanitárias para providenciar bens essenciais e transporte para o povo ucraniano. Neste contexto, também as Câmaras Municipais do Algarve têm desenvolvido inúmeros esforços para articular o apoio necessário. Todavia, assistimos a uma segregação e a desfragmentação da força do Algarve e dos algarvios em dezasseis pedaços pequeninos. Não queremos acreditar, nem permitir que assim seja. Os acontecimentos que se vivem hoje a leste da Europa terão também impacto neste recanto chamado Algarve. É também o nosso futuro que está em causa. Precisamos, todos os algarvios, de um sinal de confiança, de união, de força e otimismo quanto ao futuro», refere.

O Núcleo Territorial de Faro da Iniciativa Liberal refere ainda que «nesse sentido gostaríamos de propor que a Comunidade Intermunicipal do Algarve, nos seus órgãos de Assembleia, Conselho e Secretariado, aprovasse tanto um voto de repudio pela ofensiva russa, como um voto de solidariedade para com o povo ucraniano. Um povo que conta com uma significativa comunidade espalhada um pouco por toda a região. Uma comunidade tão bem integrada, com trabalhadores que tanto têm ajudado a fazer do Algarve um território melhor, com crianças que estudam nas nossas escolas, com idosos que partilham os seus saberes. Uma comunidade que merece todo o nosso respeito e gratidão». 

«Acreditamos igualmente que conseguimos ir mais além na ajuda providenciada pelo Algarve com a criação de um grupo de trabalho que permitisse a articulação dos esforços dos dezasseis municípios algarvios. Neste contexto, gostaríamos de apresentar algumas propostas, reiterando a nossa total disponibilidade para colaborar, contribuir e ajudar em tudo aquilo que venha a ser necessário», continua. 

  • Reunir, em contacto com as entidades ucranianas, todas as reais necessidades, dos que lá estão, dos que aqui estão, e dos que para aqui virão. Acreditamos que será certamente mais fácil para essas entidades articular as necessidades com uma estrutura intermunicipal, do que com dezasseis municípios.
     
  • Coordenar, com cada um dos municípios, as recolhas de bens, centralizando depois o envio num único ponto. Acreditamos que assim poderíamos ter uma maior rentabilidade do transporte e logística.
     
  • Coordenar os transportes de cidadãos ucranianos, reunindo a disponibilidade de cada município para participarem numa coluna de autocarros que fizesse a viagem em conjunto, maximizando todos os recursos de apoio necessários, garantido todas as condições de segurança.
     
  • Preparar um ponto de receção único no Algarve, com todas as condições de acolhimento e cuidados primários, onde estivessem presentes tradutores, psicólogos, pessoal médico e da proteção civil.
  • Disponibilizar um posto de informação fidedigna para que fossem prestadas todas as informações necessárias aos refugiados.
     
  • Agregar nesse ponto de receção todas as entidades com as quais os cidadãos ucranianos irão necessitar de contactar, como sejam Atendimento Consulado Ucraniano, SEF - Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, Direção Regional de Educação, IEFP, Segurança Social, Autoridade Tributaria, entre muitas outras que se entendam necessárias.
     
  • Em articulação com o Conselho Regional da Ordem dos Advogados, garantir a presença de um advogado voluntario para o apoio à receção, bem como a disponibilização dos advogados voluntários na região para apoio aos refugiados.
     
  • Reunir uma bolsa de alojamento, com as disponibilidades a nível regional para as famílias que aqui chegarem.
     
  • Coordenação regional de voluntários, nas mais diversas áreas de atuação que são necessárias nestas situações.
     
  • Outras tarefas que, pela sua centralização e uniformização possam vir a beneficiar a todos, em especial aos refugiados que aqui chegarem, garantindo-lhes uma receção em segurança, conforto, paz e tranquilidade, e garantindo também confiança nas autoridades locais, assim como a eficiência e a sustentabilidade das operações.
     

«Há vontade política nacional, assim o demonstra o comunicado do Conselho de Ministros de hoje. Há vontade da sociedade civil local, assim o demonstram as várias atividades que temos visto. Haja agora vontade política no âmbito regional, e teremos no Algarve um exemplo a seguir para todo o país no que à coordenação das operações e a receção dos refugiados diz respeito. Entendemos que é esse o nosso Dever: oferecer segurança, paz, conforto e confiança, numa clara, evidente e inequívoca manifestação de uma forte e inabalável união em torno dos Princípios e Valores que põem o Ser-Humano que somos e os Direitos Humanos que garantimos, acima de toda e qualquer outra coisa», continua o Núcleo Territorial de Faro da Iniciativa Liberal.

«Unam-se pelo Algarve, sejam capazes de unir o Algarve, pelo povo ucraniano e pelos algarvios, no garante da Liberdade, da Igualdade e da Solidariedade», termina.