«Na luz ou essa sombra, o tempo em ruínas» é o nome da exposição de Nuno Guerreiro e Sandra Guerreiro Dias, patente, entre 3 e 30 de novembro, na Casa Museu João de Deus (CMJD), em SB Messines. A iniciativa integra a TEIA - V Bienal de Poesia Concelho de Silves.

Esta mostra constitui o primeiro de um ciclo de olhares fotográficos e poéticos sobre as ruínas, metafóricas e literais, na sociedade contemporânea, onde o olhar é captado ao sul de Portugal continental, mais concretamente no Alentejo, onde a duração do sol é, em média, de 3100 horas anuais. Também se procura “olhar” assim a relação do sol – a luz – também noturna, com a paisagem e a sua localização, e nomeadamente com a perceção simbólica, em diferentes latitudes e sombras, dos elementos paisagísticos e humanos em ruínas.

O telefone 282 440 892 e o endereço de correio eletrónico casamuseu.joaodeus@cm-silves.pt são os contactos da CMJD para o fornecimento de informação adicional sobre a exposição.

 

Mais sobre a exposição

Esta instalação de fotografia e poesia aborda o tema da ‘ruína’ na entreluz dos tempos que correm, simultaneamente de luz e sombra. A reflexão poética e fotográfica, documental e artística, explora a materialidade das ruínas que refletem não só a passagem do tempo como a relação entre a paisagem e o tempo que fica, em ruínas, conforme é percecionado por quem passa. Somos sempre seres de passagem. Que fazer destas ruínas? O que fazer das nossas ruínas?

Mais do que pensar a efemeridade e a transitoriedade da vida, propõe-se a experiência da ‘passagem’ do tempo e da ‘passagem’ como movimento através do olhar do ‘observador nómada’ sobre elementos ‘parados’ na paisagem entre a luz e a sombra. Enquanto símbolos remanescentes de uma mudança sempre em curso, estes elementos invocam o excesso de presente e o excesso de esquecimento. Por este motivo, é também um olhar do presente sobre o passado e a memória, que permanecem como escombros, imaginários e lembranças que sobrevivem à passagem do tempo entre a luz e a sombra, sempre presentes, sempre ausentes.

Também se invoca, nesta instalação, o zeitgeist do ‘fim dos tempos’ apocalíticos que o término de ciclos históricos sempre encerra.

 

Mais sobre Nuno Guerreiro Dias e Sandra Guerreiro Dias

Nuno Guerreiro Dias (1990) nasceu em Beja. É licenciado pelo Instituto Superior Técnico em Física Tecnológica e Mestre com tese sobre Ressonância Magnética Nuclear e Líquidos Iónicos. Atualmente é trainee na European Space Agency (ESA), na Holanda. Faz fotografia nos tempos livres. Venceu o Prémio IST Green Week para fotografia, em 2011.

Sandra Guerreiro Dias (1981) nasceu em Beja. É doutorada em Estudos Literários e História Contemporânea pela Universidade de Coimbra. Atualmente é assistente convidada no Instituto Politécnico de Beja. Realiza performances públicas e tem publicado poesia em antologias e revistas nacionais e internacionais.

Os autores mantêm o blogue Vento na Charneca [http://pioneersopioneers.blogspot.pt/].

 

Por: CM Silves