«A época oficial da apanha da alfarroba começa no início de agosto, mas os roubos começam umas semanas antes. Os protagonistas deste tipo de crime – que se repete ano após ano – antecipam-se aos donos e até colhem as vagens ainda verdes. O pouco que se tem feito – nomeadamente a identificação e a apreensão de um caso ou outro – não resolve o problema, porque não tem sido apresentada uma resolução profunda», começa por escrever o partido.
«O volume de alfarroba furtada no Algarve triplicou de 2018 para 2020, porque o preço por arroba também aumentou substancialmente e porque a comercialização não exige documentação da titularidade das terras, nem de contratos de arrendamento. Também os intermediários e os industriais trituradores compram a alfarroba a quem se lhes apresente sem fatura, uma vez que a compram mais barata», diz o CDS-PP.
Deste modo, e segundo o partido, «ficam ambos beneficiados: quem rouba não se importa de vender mais barato e sem fatura; quem compra também não se importa de comprar a alfarroba roubada, uma vez que a compra mais barata e vai vendê-la ao preço de mercado».
«Só o proprietário fica prejudicado», frisa o partido.
«O que tem feito o governo do Partido Socialista (PS) para resolver este problema? E a Direção Regional de Agricultura e Pescas (DRAP Algarve)?», questiona o CDS-PP.
«Consideramos que a operação ‘Campo Seguro’ é importante, porque há patrulhas mais intensivas, mas os efetivos são poucos e isso não tem dissuadido a prática do furto de produtos agrícolas, não só a alfarroba, mas também os citrinos e os abacates».
«Aquilo que devia ser controlado com normas adequadas, para evitar o roubo descarado, não foi feito. Assim, o CDS-PP Algarve lança o repto aos deputados eleitos pelo Algarve: defendam e protejam os produtores/ agricultores Algarvios», termina o comunicado.