O CDS-PP considera que a subida da taxa de juro de referência pelo Banco Central Europeu agrava as dificuldades que as famílias portuguesas atravessam pela inflação elevada, as taxas de juro que pagam nos empréstimos e a excessiva carga fiscal com que o governo socialista sobrecarrega os orçamentos familiares.

Contudo, o CDS-PP responsabiliza o governo português por não aliviar os encargos das famílias portuguesas. Desde abril de 2022 que o CDS-PP defende que os juros com o crédito habitação devem ser abatidos no IRS, e até agora o governo socialista nada fez para ajudar as famílias nesta matéria fiscal.

Como aconteceu com o IVA zero sobre os bens alimentares essenciais, que só um ano depois de ter sido defendido pelo CDS foi adotado pelo Governo, o CDS apela novamente ao Governo para que a dedução dos juros do crédito à habitação seja adotada ainda este ano, de forma a aliviar as famílias portuguesas cada vez mais estranguladas com o aumento dos custos com a sua habitação.    

Além disso, o CDS não pode deixar de realçar a contradição gritante de António Costa quando tenta passar para o Banco Central Europeu as culpas pelas dificuldades que os portugueses atravessam e que ele hesita em aliviar.

O Primeiro-Ministro beneficiou com a política do BCE de manter as taxas de juro artificialmente  baixas durante seis anos. Tendo como referência o custo suportado pelos portugueses em juros no ano 2015, as contas públicas pouparam 13.600 milhões de euros com a política monetária do BCE. 

Este benefício que veio do exterior compensou parcialmente a incompetência orçamental demonstrada por António Costa por não ter diminuído o total da divida pública. O CDS-PP recorda que a divida pública cresceu 50.000 milhões de euros desde 2015, o que só por si representa o aumento significativo dos juros pagos pelo Estado com o dinheiro dos portugueses.

Se o governo de António Costa tivesse adotado uma política responsável de redução da divida pública, não só o seu valor seria hoje muito mais baixo como o seu custo em juros teria sido muito menor e Portugal estaria melhor preparado para a subida das taxas que se iniciou em 2022.

A opção de António Costa por pensar apenas nos interesses de curto prazo e não ter capacidade de pensar a longo prazo significa que os portugueses ainda irão pagar mais de 7.000 milhões de euros em juros no ano de 2023 pela divida publica crescente, o que impedirá na prática a redução da carga fiscal sobre as famílias que, em 2022, atingiu o seu valor mais elevado na história da democracia portuguesa.

 

Nuno Melo, Presidente do CDS-PP