Em Portugal atingiu no início do Século XXI uma fase de pré-extinção, sendo que os últimos vestígios de lince em território nacional foram detetados em 2001, em zona de fronteira, provavelmente de um lince dispersante de populações em Espanha. Antes disso, o último vestígio de lince comprovado em Portugal foiregistado no início da década de 90 do Século XX. É provável que Portugal tenha perdido as suas populações estáveis durante a década de 80.
Ao longo de 10 anos, nasceram no Centro Nacional de Reprodução do Lince-ibérico (CNRLI) 122 animais, dos quais 89 sobreviveram (73%), e 69 foram já reintroduzidos (78% dos sobreviventes).
De momento, 8 novos juvenis nascidos em 2019 aguardam o seu destino, sendo provável que duas crias fiquem em cativeiro devido à sua valia genética como futuros reprodutores do Programa de Conservação Ex Situ, e os outros 6 libertados em meio natural nos próximos meses.
O programa de reprodução em cativeiro tem como objetivo obter um número suficiente de animais sãos para ajudar a restabelecer a espécie na natureza, com a finalidade de recuperar uma espécie em perigo de extinção.
Simultaneamente, destinam-se a manter uma reserva de animais como salvaguarda contra uma possível extinção na natureza, até que estejam criadas condições para a recuperação do tamanho e viabilidade das populações silvestres.
Portugal, que participa a nível técnico no Programa Ex Situ desde o seu início, recebeu os primeiros linces a 26 de Outubro de 2009 no Centro Nacional de Reprodução de Lince Ibérico (CNRLI), cumprindo em 2019 dez anos de funcionamento. Foi o primeiro centro de reprodução a construir-se fora da Comunidade Autónoma da Andaluzia, seguido depois pela inauguração do centro de reprodução em Zarza de Granadilla, na Comunidade Autónoma de Extremadura.
O CNRLI é o único centro de reprodução para a espécie fora de Espanha.
No próximo dia 27 de Novembro, pelas 9h30 no Castelo de Silves, será celebrado o 10.o aniversário do CNRLI, com uma cerimónia que conta com o apoio da Câmara Municipal de Silves e com a presença do Sr. Secretário de Estado da Conservação da Natureza, Florestas e Ordenamento do Território.
O lince é hoje uma espécie emblema e também uma espécie chave dos ecossistemas. A sua conservação beneficia muitas outras espécies selvagens e potencia atividades humanas que conciliam o uso e a preservação de habitats naturais. A reintrodução é um programa de longoprazo que requer um reforço regular de animais e o apoio da sociedade.
Por: ICNF