Os hospitais públicos algarvios, integrados no Centro Hospitalar do Algarve, figuram como Centro de Referência para o tratamento do Cancro do Reto, uma distinção atribuída pelo Ministério da Saúde para identificar, a nível nacional, os serviços e unidades de saúde com reconhecidos conhecimentos e competência técnicas no tratamento de patologias que exigem uma concentração de recursos técnicos e tecnológicos altamente diferenciados.
“A par do evidente prestígio para a instituição, a grande vantagem desta certificação como Centro de Referência centra-se na confiança dos doentes que sabem que aqui recebem os melhores cuidados para o tratamento da sua doença” destaca Irene Furtado, oncologista, diretora do Serviço de Oncologia do CHAlgarve e coordenadora do Grupo de Trabalho responsável pela candidatura a Centro de Referência.
Segundo a coordenadora, o cumprimento dos parâmetros técnicos e organizacionais avaliados exige uma equipa coesa e de grande qualidade “e isso já tínhamos através do grupo multidisciplinar do cancro digestivo - no qual se inclui o cancro do reto- que integra especialistas de gastrenterologia, cirurgia, oncologia, radioterapia, meios complementares de diagnóstico e terapêutica e demais áreas de apoio implicadas”, refere a responsável destacando a importância destas equipas dedicadas. “Sermos Centro de Referência no Cancro do Reto é portanto fruto de um conjunto de meios, serviços e profissionais de várias áreas a trabalhar para o mesmo fim, com resultados e índices de qualidade reconhecidos”, destaca.
Por ano, o Centro Hospitalar do Algarve trata cerca de 120 novos casos, com taxas de sucesso equiparadas aos indicadores internacionais, ou seja, “diagnósticos precoces em estadios da doença até aos 5 anos obtêm taxas de sucesso a rondar os 90%, que diminuem em diagnósticos tardios para os 50% ou 30%. Depende naturalmente do estadio da doença, daí ser muito importante a prevenção e o rastreio atempados”, explica a oncologista.
Centro de Referência Europeu no horizonte
O próximo passo é obviamente manter a distinção atribuída, a qual será objeto de monitorização e avaliação contínua, mas também tentar integrar as redes europeias, cuja candidatura a Centro de Referência Europeu está já a ser preparada pela equipa. “Temos dados, tecnologia, recursos humanos e diferenciação para podermos concorrer”, assegura Irene Furtado.
Para além da notoriedade e qualificação inerentes à potencial integração de um Centro de Referência Europeu, admissível apenas às unidades que sejam Centro de Referência nacional, esta ambição reveste-se de “particular relevância para os serviços de saúde de uma região eminentemente turística, em que o acesso aos cuidados de saúde com garantia de qualidade será seguramente fator de atração e competitividade”, reforça a coordenadora justificando a importância desta candidatura.
Por CHAlgarve