Os soldados naturais do concelho de Loulé que combateram na I Guerra Mundial (1914-18), nas campanhas de França e de África, foram no dia 9 de abril homenageados naquela que foi mais uma cerimónia evocativa da Batalha de La Lys e do Dia do Combatente.

Em frente aos Paços do Concelho, elementos do Município e do Núcleo de Loulé da Liga dos Combatentes depositaram duas coroas de flores junto às lápides com os nomes dos 42 munícipes que perderam a vida no cumprimento do seu dever patriótico nessas campanhas. Uma homenagem que marca o 103º aniversário de um dos momentos mais trágicos da história contemporânea portuguesa, o dia em que uma operação ofensiva do exército alemão impôs uma pesada derrota às tropas portuguesas, que culminou em várias centenas de mortos e em milhares de prisioneiros de guerra, para os quais, também hoje, e apesar dos condicionalismos impostos pela pandemia por Covid-19, se fez um minuto de silêncio.

Neste momento simbólico, este ano mais restrito devido à pandemia, o autarca Vítor Aleixo enalteceu o simbolismo desta efeméride e a forma “absolutamente generosa como os portugueses deram o seu contributo para aquele conflito europeu”. “Datas destas que fazem parte da História nacional devem ser perpetuadas no tempo e cada geração deve revisitá-las, deve refletir e deve repensar no significado para nós e para os que aqui virão a estar no nosso lugar”, referiu.

O responsável da Câmara de Loulé, distinguido, em 2019, com a Medalha de Honra Mérito Ouro pela Liga dos Combatentes como reconhecimento pelo trabalho realizado em prol desta associação, falou das ações realizadas junto do Núcleo de Loulé. A criação de um talhão no Cemitério de Loulé para os militares portugueses que tombaram em defesa de Portugal na Guerra Colonial, a colaboração na criação do Núcleo e cedência de um imóvel para a sua sede, bem como o apoio a todas as suas atividades de carácter social, através de um contrato-programa anual, são algumas iniciativas levadas a cabo pelo Município para apoiar os combatentes e as suas famílias.

Por outro lado, em várias freguesias do concelho têm sido erigidos monumentos em homenagem aos combatentes, como é o caso da escultura da autoria de Daniel Vieira e de Renata Pawelec, inaugurada em setembro, em Alte. “Esta relação muito próxima entre a Câmara e a Liga é justa e produtiva”, sublinhou Vítor Aleixo.

No ano em que se celebra também o centenário da fundação da Liga dos Combatentes, Manuel Costeira, presidente do Núcleo de Loulé, falou dos condicionalismos destas celebrações e do convívio entre os combatentes em virtude da COVID-19. No entanto, considerou que esse não será impeditivo de “em união espiritual, vivermos o dia 9 de abril como sempre, honrando os nossos mortos, evocando a nossa história e apresentando os nossos anseios no apoio à saúde, no apoio social aos combatentes, aos nossos associados e às suas famílias”.

 

CML/GAP /RP