A taxa de incidência de covid-19 em Portugal situa-se nos 529,3 novos casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias, o que, segundo a ministra da Saúde, continua a ser preocupante embora próximo de valores mais controláveis.

Marta Temido, que falava hoje em conferência de imprensa de atualização da pandemia em Portugal, destacou uma especial preocupação com alguns concelhos do país, nomeadamente na área da Administração Regional de Saúde do Norte que tem uma taxa de incidência de 802 novos casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias.

A região Norte é a que regista hoje o maior número de novas infeções por SARS-CoV-2 (2.395), totalizando 178.378 casos e 2.578 mortes desde março.

Para dar ideia das assimetrias regionais, a ministra referiu o caso do Algarve, em oposição ao verificado no Norte, que tem 202 novos casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias.

A ministra da Saúde fez ainda referência ao Risco Efetivo de Transmissão (RT) verificado atualmente em Portugal revelando que se situa em 0,97, ligeiramente abaixo do 1, mas que considera ser necessário descer ainda mais e manter de uma forma sustentada.

Portugal contabilizou hoje 95 óbitos, um novo máximo de mortes relacionadas com a covid-19 em 24 horas e ainda 5.080 novos casos de infeção com o novo coronavírus, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).

Desde o início da pandemia, Portugal já registou 5.373 mortes e 340.287 casos de infeção pelo novo coronavírus, estando hoje ativos 71.266, mais 885 do que na quinta-feira.

Segundo Marta Temido, do total de casos ativos que se registam agora 95, 5 por cento das pessoas estão casa e 4,5 por cento pessoas hospitalizadas.

Relativamente aos internamentos hospitalares, o boletim epidemiológico da DGS indica que estão internadas 3.230 pessoas, menos 74 do que no dia anterior, das quais 507 em salas de cuidados intensivos, menos duas do que na quinta-feira.

Marta Temido disse ainda que os novos cálculos apontam que o pico da pandemia na primeira fase foi no dia 23 de março, enquanto nesta segunda fase estima-se que possa ter sido na semana de 20 de novembro, estando o país a assistir agora a uma dilação conhecida entre o número máximo de infeções, o nÚmero máximo de utilização da capacidade hospitalar e O número máximo de óbitos que hoje é muito elevado.

Das 95 mortes registadas nas últimas 24 horas, 41 ocorreram na região Norte, 32 na região de Lisboa e Vale do Tejo, 16 na região Centro, duas no Alentejo, outras duas no Algarve, uma nos Açores e outra na Madeira.

A ministra da Saúde alertou ainda para a necessidade do cumprimento das regras alertando que “o vírus é invisível, mas está lá”.

As autoridades de saúde têm em vigilância 74.894 contactos, menos 739 do que na quinta-feira, tendo-se registado mais 4.100 doentes recuperados, totalizando, desde o início da epidemia, 263.648.

O novo coronavírus já infetou em Portugal pelo menos 152.955 homens e 187.198 mulheres, referem os dados da DGS, segundo os quais há 134 casos de sexo desconhecido, que se encontram sob investigação, uma vez que estes dados são fornecidos de forma automática.

Do total de vítimas mortais, 2.816 eram homens e 2.557 mulheres.

O maior número de óbitos continua a concentrar-se nas pessoas com mais de 80 anos.

O país está em estado de emergência desde 09 de novembro e até 23 de dezembro, período durante o qual há recolher obrigatório nos concelhos de risco de contágio mais elevado.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.580.721 mortos resultantes de mais de 69,5 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

 

Por: Lusa