No seguimento das noticias vindas a público na imprensa cabe-nos esclarecer o seguinte: A criação do agora denominado Parque Marinho da Pedra do Valado, está longe de ser uma decisão pacifica.
Depois de vários anos a ser debatido, este projeto entrou numa fase de negociação das contrapartidas a atribuir aos pescadores. O governo optou por designar o Centro de ciência do Mar, da universidade do Algarve como interlocutor dos pescadores nas negociações.
 
O CCMAR foi um dos grandes responsáveis por este projeto, as contrapartidas à criação do futuro Parque Marinho da «Pedra do Valado» terão de ser negociadas diretamente pelos pescadores com o governo.
 
O modelo económico apresentado pelo CCMAR não agrada à maioria dos pescadores que, a par de compensações económicas defende a alteração da zona de operação das embarcações por arte de Arrasto para as oito milhas (atualmente podem operar até às seis), permitindo à pequena pesca costeira compensar o espaço que perderá com a criação do Parque.
 
A cessação de atividade definitiva de algumas embarcações que operam na área é bem recebida, especialmente no segmento da pesca costeira, o mais prejudicado com a interdição desta área. Há espaço para «abater» até cerca de 10 embarcações. Com a criação do Parque o esforço de pesca aumentará nas áreas limítrofes.
 
Esta zona, com cerca de 150km2 tem uma importância regional para alguns setores de atividade. Analisando o documento rapidamente se compreende que o setor mais prejudicado com esta iniciativa será o da Pesca Profissional.
 
Das 200 embarcações que operam na área aleatoriamente, cerca de 50 embarcações estão associadas à QUARPESCA, estimando nós, através de inquéritos feitos a essas 50 embarcações, perdas anuais na ordem dos 3 milhões de euros.
 
O setor compreende a necessidade de proteger os recursos, contudo é inaceitável que o preço a pagar pela implementação deste projeto recaia sobre o segmento da pesca mais débil, a pequena pesca costeira e/ou Local.
 
O mar do Algarve tem uma ocupação muito alta em termos de instalação de unidades de produção Aquícola. Deixámos de poder trabalhar nestas áreas!!!
 
Só em licenças para a pescado polvo (um dos recursos mais importantes para o país) o Algarve tem cerca de 550 embarcações, muitas delas a operar na zona para onde está projetado o parque.
 
A área é fértil para muitas espécies: para além do polvo, existem espécies como o choco, o Sargo, o Salmonete, a Dourada, Besugo, etc..
 
Queremos e vamos pedir ao GOVERNO igualdade para todos os pescadores que ali operam independentemente do porto de referência que as embarcações têm.
 
Ninguém pode ser esquecido!