Os estragos causados pela chuva em Albufeira ficaram aquém do inicialmente temido, com as infraestruturas públicas a sofrerem danos menores e sem os privados manifestarem, até ao momento, dificuldades para recuperar, disse hoje o presidente do Câmara.

Sem avançar um valor definido para os prejuízos registados, o presidente da Câmara de Albufeira, José Carlos Rolo, adiantou à agência Lusa que, “em termos públicos, os estragos foram muito reduzidos ou praticamente nada”, tendo apenas sido registados danos nos pavimentos, que foram logo reparados.

Segundo disse o autarca, se a obra do coletor da meia encosta poente, em curso desde o início de outubro, já estivesse concluída, ter-se-ia evitado a chegada de água ao centro e inundações como as que se registaram na passada quinta-feira, atingindo alguns estabelecimentos comerciais.

“Uma parte desta água que foi para a baixa da cidade deve-se exatamente ao facto de estar em obra o coletor da encosta poente, porque a água não entrou lá, por estar em obra”, explicou, frisando que, se estivesse concluída, a água teria sido desviada para outra bacia hidrográfica, evitando que se acumulasse no centro da cidade.

A obra está a ser realizada ao abrigo do Plano Geral de Drenagem de Albufeira, que representa um investimento global de 21 milhões de euros, lançado para evitar cheias no centro da cidade após um episódio de chuva que causou danos consideráveis naquela zona em novembro de 2015.

Para além da obra do coletor da meia encosta poente, falta a do coletor nascente, cujo projeto está já feito, e ainda um túnel, que “é bastante dispendioso”, estando orçado em “cerca de 40 milhões de euros” e para o qual ainda não está assegurado financiamento, esclareceu José Carlos Rolo.

Segundo o autarca, a obra do coletor poente de Albufeira “deve estar perto do meio”, sendo coincidente com a Avenida de Ténis, e prevê-se que vá “retirar a água que chove na encosta poente do centro da cidade para outra bacia hidrográfica” e que “atualmente desagua no centro da Albufeira”.

Com o mesmo objetivo, foi feita uma requalificação da chegada da água junto ao INATEL e uma regularização dessa linha de água, zona onde todos os anos se registavam inundações cada vez que chovia mais forte, precisou.

José Carlos Rolo disse ainda, que “depois foi feita, já há três anos, uma estação elevatória na Praça dos Pescadores, que leva a água para um nível diferente para depois ir para o mar, porque a praça está abaixo do nível do mar”.

O presidente da Câmara do distrito de Faro assinalou que “não há números certos” quanto ao valor dos estragos registados com as chuvas dos últimos dias no concelho e considerou que o alcance dos mesmos “foi muito reduzido”, considerando que “foi empolada” a gravidade da situação registada.

José Carlos Rolo indicou que “foram apenas alguns metros quadrados de calçada” afetados, mas que “foram repostos no próprio dia”, e não houve “grande expressão” no que se refere a danos nas infraestruturas públicas.

“Relativamente aos particulares, ninguém se manifestou, portanto, com certeza eles resolverão o problema por si próprios”, afirmou o autarca, frisando que “não chegou, para já”, nenhuma informação ao município de privados a necessitarem de apoio.

 

Lusa