Ver um jogo de Ultimate foi suficiente para que Sofia Campos Pereira se apaixonasse pela modalidade.

Em poucos anos, implementou-a em Portugal e hoje é praticada por cada vez mais atletas, espalhados por todo o país. No horizonte, está a inclusão no Programa Nacional de Desporto Escolar.

O areal da Praia da Rocha está prestes a encher-se de atletas para a primeira edição do World Beach Ultimate Club Championships. Uma competição inédita que fez com que os países tivessem de criar campeonatos nacionais para conseguirem apurar os clubes que os vão representar em Portimão. Um trabalho que começou a ser feito há vários anos.

“É um progresso fantástico desde o primeiro Campeonato de Ultimate de Praia de Seleções, em 2004, na Figueira da Foz. Houve um feedback e entusiasmo enorme por parte da comunidade de Ultimate de Praia quando anunciamos este mundial há uns anos e a verdade é que ao incentivar todas as nações a terem campeonatos nacionais para definir qual o clube a marcar presença neste campeonato de clubes, consegue-se promover a evolução do desporto”, explica Sofia Campos Pereira, diretora da BULA e da organização deste mundial.

Numa modalidade que se destaca pelo fair-play, há uma característica distintiva: não há árbitro. Ou pelo menos, não como estamos habituados a ver. “Quando explicamos que não há árbitro é preciso que as pessoas entendam que isto não é só uma brincadeira e que não há regras. Há regras e no fundo cada jogador tem esse papel de ser árbitro, sendo que todos têm de ter um conhecimento profundo dessas mesmas regras. É muito bonito ver isso”, assume Sofia Campos Pereira.

Em 1991 apaixonou-se pela modalidade quando viu um jogo em campo relvado, em Toronto e, junto com Patrick van der Valk, seu atual marido, implementaram o Ultimate em Portugal. “As nossas primeiras tentativas, em 1995, foram para tentar desenvolver o Ultimate na relva, mas havia pouca gente interessada e poucos espaços com relva em condições adequadas. Portanto, rapidamente começámos a desenvolver a modalidade na praia. O primeiro torneio internacional de Ultimate de Praia em Portugal foi em 1997, o Bar do Peixe, que ainda decorre anualmente no Meco”, destaca a diretora da BULA.

Com Portimão a preparar-se para receber mais de 2500 atletas de todo o mundo, o foco é o de continuar a desenvolver a modalidade em Portugal. Um dos próximos passos é o de incluir o Ultimate no Programa Nacional de Desporto Escolar e conseguir que cada vez mais jovens tenham contacto não só com o desporto mas também com os princípios que o definem e distinguem.

 

Joana Quintas